O crescimento no número de investidores no sistema financeiro e os caminhos para investir com segurança foram tema do workshop Negócios em Pauta de abril. Diante da maior facilidade para acessar aplicações na bolsa de valores, além da queda na rentabilidade da tradicional Caderneta de Poupança, o Brasil chegou ao fim do ano passado com mais de 5 milhões de investidores na B3 (Bolsa Brasileira) e 10 milhões de investidores em modalidades de renda fixa.
Transmitido na rádio A Hora e nas redes sociais do Grupo A Hora, o evento teve como convidados o sócio fundador do canal @sejaumholder, Jonas Schwingel e o Sócio Fundador e Diretor da Moinhos Investimentos, Aderson Gegler. Para eles, a popularização dos investimentos gera oportunidades, mas também exige conhecimento e cautela para evitar golpes.
Gegler afirma que o crescimento exponencial no número de investidores foi potencializado pela queda na taxa de juros em 2020, quando chegou a 2%, reduzindo a quase zero a rentabilidade da renda fixa e poupança. “Isso fez com que os investidores buscassem a bolsa de valores em busca de retornos melhores.”
De acordo com Schwingel, em paralelo a esse movimento, houve um aumento na facilidade de acesso aos investimentos, por meio do crescimento do número de corretoras, provocando uma concorrência que reduziu, e em alguns casos eliminou, as taxas de corretagem. “Além disso, vários canais foram criados com o intuito de auxiliar as pessoas a investir melhor.”
Educação financeira
O diretor da Moinhos acredita que a busca por informação deve ser o primeiro passo para quem pretende investir no mercado financeiro. Para ele, investir precisa ser um hábito, onde a pessoa pode começar com pouco e pode conquistar resultados desde que mantenha a regularidade e o aprendizado.
Uma das principais barreiras para o sucesso dos investimentos é a falta de educação financeira. Conforme Schwingel, a maior parte da população não tem controle sobre seus gastos, apenas paga suas contas e percebe que o dinheiro acabou quando chega o fim do mês.
“O primeiro passo é anotar todos os gastos. Assim, podemos separar o que é essência e fazer sobrar dinheiro para o futuro”, aponta. Ele concorda com a estratégia de manter aportes constantes, em vez de buscar grandes rentabilidades com aplicações mirabolantes. “As vezes, tentamos acertar o ‘pulo do gato’, mas não é isso que fará o seu patrimônio crescer, e sim a regularidade.”
Tipos de investimentos
Aderson Gegler explicou as diferenças entre os investimentos de renda fixa e renda variável. Segundo ele, o primeiro tem a rentabilidade determinada no período da contratação, que pode ser um percentual fixo ou atrelado a algum indexador, como CDI e IPCA. Já a variável é a aplicação em capital de risco, com possibilidade de retorno substancialmente maior, mas também de perda. São ações e fundos negociados na bolsa de valores, por isso sofrem oscilações.
O sócio do @sejaumholder falou sobre as criptomoedas. Segundo ele, o Bitcoin foi criado após a após a crise de 2008 com o objetivo de guardar recursos de forma segura e descentralizada, sem interferência de instituições bancárias ou governos. “Existe uma discussão sobre o que são as criptomoedas, mas é inegável que elas vieram para ficar.”
Os dois debatedores também falaram sobre os cuidados para evitar fraudes, em qualquer tipo de investimento. Uma das dicas mais importantes é desconfiar das ofertas de lucratividade muito acima das praticadas pelo mercado.
