A entrada de Luís Felipe Wallauer Ferreira e de Diogo Baum no Ironman 70.3 foi por acaso. Uma aposta entre amigos fez com que se dedicassem aos treinamentos para completar uma prova. A aposta foi ganha nesse fim de semana, quando participaram da abertura do Campeonato Brasileiro de Iron Man 70.3, ao lado de cerca de 1.800 competidores.
Em 2019, logo após o amigo Matheus Fell participar pela primeira vez de um Ironman, foi feito um jantar com Baum, Ferreira e outro amigo, Mateus Pedó. O assunto foi a dificuldade da prova, os desafios e quão legal era participar da competição. Após algumas horas de conversas, Ferreira e Baum provocaram Pedó e Fell que fariam a prova e terminariam ela com tranquilidade. Foi então que surgiu a aposta.
“Caso eu e o Diogo não completássemos a prova, teríamos que pagar uma festa com bastante cerveja. Se completássemos a prova dentro do tempo limite de 8h, quem pagaria a festa e a cervejada seria Fell e Pedó. Uma coisa era certa, alguém pagaria a cervejada”, destaca Ferreira.
A preparação não foi como Ferreira esperava. Em virtude da pandemia, a prova foi adiada várias vezes. Nesse meio tempo, treinou pouco, mas nos dois meses que antecederam a prova encaixou uma sequência maior de atividades, principalmente na bicicleta e na natação. “Foi o suficiente para conseguir concluir a prova dentro do tempo limite, mas não é nem perto do ideal para quem de fato teve um bom desempenho na prova.”
Sobre o evento, o atleta comenta que foi intenso e uma experiência única. “É uma prova que exige muita força física e mental. A energia do lugar, da torcida e da organização do evento é surreal, todo mundo um dia teria que viver essa experiência.”
A prova foi completada dentro do esperado. Concluiu em 6h53min14seg. Foram 49min de natação, 3h18min de bicicleta e 2h23min de corrida, fora as transições.
Terminada a prova, comenta que venceu a aposta e inclusive pensou em não fazê-la pois não gostava de pedalar. “Durante a prova, foi uma mistura de vontade de se desafiar, felicidade, cansaço, exaustão e emoções à flor da pele.”
Destaca como momento especial ver a namorada e amigos, mesmo cansados, o esperando cruzar a linha de chegada.
Passada a euforia, Ferreira vai dar um tempo na natação e no pedal, mas pretende se dedicar à corrida e outros esportes que gosta como futebol e futevôlei. Porém, antes disso, vai marcar a janta para comemorar a aposta ganha.
Luis Felipe Ferreira concluiu a
prova em 6h53min
14seg
“A prova foi espetacular”
Diogo Baum iniciou os treinamentos para disputar o Ironman em novembro de 2019. Durante o período, muitas vezes acordou de madrugada, trocou almoço pela atividade física e enfrentou chuva para treinar. “Hoje percebo que a preparação é bem mais difícil do que a prova”, destaca.
Sobre o Ironman, Baum conta que o tempo na natação foi um pouco abaixo do que estava treinando, porém na bicicleta e corrida foi acima das expectativas. No fim, terminou a prova com 5h36min. “A sensação de concluir é fantástica, só não é maior do que estar fazendo a prova. É uma energia que nunca tinha sentido.”
Para ele, foram dois momentos marcantes. O primeiro foi no café da manhã, quando conversou com um atleta do Rio de Janeiro e ele destacou que iriam se divertir na prova. “Alí tu vira uma chave, pois a prova é a parte mais fácil depois do período de treinamentos que tu passou.”
O outro episódio ocorreu durante a prova. Teve uma menina que estava acompanhada da mãe com um cartaz de papelão com o desenho do Homem de Ferro de braço estendido e a frase “bate aqui para ganhar energia”. O momento deu energia extra para o atleta do Vale concluir a prova.
Baum destaque que o pior momento foi na corrida, pois os atletas chegaram fadigados e muitos ficaram pelo caminho, não conseguindo concluir. Agora, o próximo objetivo é fazer uma prova fora do país, melhorar o tempo e inspirar outras pessoas.
Diogo Baum se preparou dois anos para completar a prova em Santa Catarina
“Vale demais o esforço”
Outro integrante do grupo de atletas do Vale, Felipe Landmeier destaca que estava bem preparado para completar a prova. “Foi uma longa jornada de treinos físicos e mentais. A energia da prova é absurda. Poder competir com amigos, cruzando com eles durante a prova, vendo a superação da galera, vale demais o esforço.”
Para ele, o momento mais marcante foi a corrida, no ponto onde tinha mais público. “A galera gritando o nome, incentivando. A criançada esticando os braços para receberem cumprimento, foi legal demais.”
A ideia de Landmeier é seguir treinando para provas mais curtas, modalidades “Sprint” e “olímpico”.
“No fim deu tudo certo”
Já a prova de Vinícius Dullius não foi como esperava. Diferente de Ferreira e de Baum, já havia participado de um Ironman, porém a preparação não foi a ideal. Com uma lesão na perna teve que adaptar os treinamentos. Além disso no dia que antecedeu o evento sofreu um mal estar. “Foi bem difícil fazer a prova, mas no fim deu tudo certo, concluí com 5h15min.” Agora tem como objetivo concluir uma maratona ainda em 2022 e no próximo ano fazer um Ironman completo.
Outro que participou novamente da competição foi Matheus Fell. Para ele toda vez que disputa uma prova como o Ironman é uma emoção diferente. “É uma prova tua contigo mesmo, e não competindo com ninguém. Cada dia o corpo da gente vai reagir de uma forma, então é uma sensação indescritível cruzar a linha de chegada.”
Agora, Fell segue se preparando para o Ironman Full que vai ocorrer no dia 29 de maio e que contempla o dobro das distâncias do Ironman 70.3. “O triátlon se tornou para mim um estilo de vida e meu remédio diário para equilibrar a vida.”
Resultado
Luis Felipe Wallauer Ferreira: 6h53min14seg – 1272º no geral e 164º na categoria 30 a 34 ano
Diogo Baum: 5h36min55seg – 796º colocado no geral e 115º colocado na categoria 30 a 34 anos
Felipe Landmeier: 5h23min – 631º colocado no geral e 97º colocado na categoria 30 a 34 anos
Vinícius Dullius: 5h15min59seg – 536º colocado no geral e 50º na categoria 25 a 29 anos
Matheus Fell – 4h53min33seg – 269º colocado no geral e 54º colocado na categoria 30 a 34 anos
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