O artista Markus Moura se despediu de Encantado nessa sexta-feira, dia 22. Ele foi o escultor da obra do Cristo Protetor, trabalho que conclui após dois anos de trabalho. Antes de embarcar de volta para Fortaleza, conversou com a coluna (leia entrevista abaixo) e compartilhou momentos especiais durante a obra. Sua despedida foi apenas um até logo. Além de voltar para fazer outras obras pela região, ele será pai do Matheus Klunck Moura, que nasce em setembro e ficará em Encantado com a mãe.
A parte da escultura do Cristo está concluída. Agora, falta finalizar a parte interna, que inclui elevador e mirante. Depois, terminar o pedestal e a parte do entorno do Cristo. Ou seja, aos poucos, a obra se encaminha para o final.
Qual foi a parte ou o momento mais difícil durante a obra?
Sem dúvida foi o rosto. Dar vida a um rosto, especialmente deste Cristo, porque o rosto teria que agradar a quem olhasse, com semblante sereno, que não fosse cansado nem sofrido. Um rosto jovem de 33 anos. Dar essa vida ao rosto foi o mais complexo.
E qual foi o momento mais especial?
Foi quando colocamos os braços. Foi o momento em que todo mundo começou a ver o Cristo. Em meio à pandemia, representou também um momento de fé. Essa obra representa a luz do nosso Deus, e quando levantamos os braços nos sentimos abraçados por ele.
Se fosse começar a obra do zero, você faria alguma coisa diferente?
Não. Eu não mudaria nada. Foi feita com muito amor, o resultado ficou perfeito e ninguém se machucou. Eu faria absolutamente tudo igual.
Você imaginava que a obra tomasse a dimensão que tomou?
No começo, este projeto seria normal, igual aos outros trabalhos grandes que já fizemos. Meu pai, meu grande mestre, é acostumado a fazer projetos grandes. Mas ao longo do caminho destes dois anos, fomos percebendo a proporção que isso levou e tomou no mundo. Estou maravilhado com o resultado. A maior satisfação de um artista é quando os olhos das pessoas se agradam quando estão vendo.
E como foi sua vida nestes dois anos de construção do Cristo Protetor?
Adorei estar aqui. Fiz nestes dois anos a minha melhor obra. Meu filho vai nascer dentro de quatro meses. Somos artistas. Nossa vida é no trecho, é viajando, não tem uma raiz, um lugar fixo e acabou acontecendo, vindo de uma paixão, este filho. Nós planejamos ter o filho, mas nosso caso é assim: ela tem raízes aqui e quer ficar aqui. Eu sou da estrada, mas tentarei ser um pai presente, embora que o ofício me dificulte um pouco. Mas com as redes sociais fica mais fácil hoje em dia. Com certeza farei outros trabalhos pelas cidades aqui do Sul.
Financeiramente valeu a pena?
Valeu muito. Mas com certeza, melhor do que a parte financeira, é a satisfação do cliente. E neste caso do Cristo, a satisfação é de toda a comunidade. Isso não tem preço.