Uma das principais entidades de apoio à causa animal na região corre risco de encerrar suas atividades. A Associação de Proteção Animal de Teutônia (Apante) emitiu na última semana uma carta aos voluntários e participantes da organização não-governamental para anunciar a desistência e renúncia dos membros da diretoria da gestão 2022/2024.
Com dificuldades para manter o formato de atuação, a Apante está em recesso desde o início do mês. Os animais resgatados são entregues a lares voluntários, onde os tutores contam com auxílio de entidades para pagar alimentação e demais cuidados. O principal desafio, na avaliação dos tutores, é conciliar as atividades do dia a dia com o voluntariado.
A maioria dos protetores são pessoas de baixa renda, que atuam em suas profissões e destinam tempo livre ao trabalho voluntário. “O que mais doi é a crítica de pessoas que pensam que não fazemos nada. Ao contrário, todos nós trabalhamos, e os fundos são angariados com pedidos nas ruas e com rifas. Estamos no ponto de chegar em um lar e não ter ração para ceder a uma pessoa”, relata Angélica Ferro, uma das participantes da organização.
A falta de engajamento aparece como outro problema enfrentado pela associação. O número de voluntários reduziu de forma drástica nos últimos tempos, de acordo com a protetora. “Está difícil, os voluntários estão acabando. Nós éramos uma turma entre 200 e 300 pessoas, atualmente são sete ou oito trabalhando. Não tem como continuar”, lamenta.
Uma crítica feita por Angélica recai sobre o que ela chama de “cultura errônea”. Ela avalia que isto, somada a sensação de impunidade em relação aos maus tratos, potencializam os abandonos, o que aumenta o volume de trabalho da associação. “Cresceu muito o abandono. Muito mesmo. Chegamos a receber cerca de mil denúncias semanais”, conta.
Futuro da entidade
Diante das dificuldades, a Apante pode ter sua atividade comprometida. Depois da renúncia da diretoria, a expectativa é que uma nova chapa se apresente, mesmo com os entraves para a sequência do trabalho. No entanto, não há um grande otimismo entre os voluntários, pelo grande número de desistências.
O aspecto financeiro também é outra preocupação, uma vez que sem direção constituída, a entidade não pode movimentar valores em suas contas bancárias. “Isso acarreta em nós termos que pedir mais apoio à comunidade para conseguir manter os lares. As dívidas vão chegar, porque os movimentos tem que ser autorizados por presidente e tesoureiro”, projeta Angélica.
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