Sem utilização há mais de 20 anos, o antigo prédio dos Correios de Lajeado vai a leilão mais uma vez, em 26 de maio. A construção fica na rua Marechal Deodoro, no número 256. O valor mínimo para venda neste certame é R$ 1,4 milhões.
As propostas serão recebidas até o dia 10, às 12h, na Agência dos Correios, localizada na rua Benjamin Constant, nº 670. Conforme os Correios, anteriormente, o preço do imóvel era de R$ 1.6 milhão. Dessa vez, o adiantamento na hora do arremate é de R$ 71 mil. Caso não aconteça a venda do imóvel, uma nova licitação será realizada em três meses.
Segundo a administração de Lajeado, o valor venal – uma estimativa sobre o preço do imóvel, de modo geral, abaixo do valor de mercado – é de R$683 mil. Na época em que foi construído, o terreno foi cedido pelo município em duas partes: uma para o Estado, para construção de um Fórum, e outra para o governo federal, para instalação dos correios.
Há uma incoerência entre a avaliação do Estado e a do registro de imóveis do município. A matrícula do imóvel registra 292m² de área construída e 726m² total. Para os Correios, no entanto, o terreno compreende uma área de 577,5 m² e o prédio em alvenaria, com três pavimentos, tem área construída de 317,5 m².

Construído na década de 50, prédio é uma referência da arquitetura da época
História abandonada
Construída na década de 50, a estrutura está abandonada desde 1996, quando a Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) determinou que a construção não atendia as necessidades da estatal. Hoje, o local é alvo de descarte irregular de lixo e abrigo para moradores de rua. Em janeiro do ano passado, o Corpo de Bombeiros encontrou um corpo carbonizado em incêndio no prédio.
Sem propostas oficiais
Conforme o presidente do Comitê de Revitalização do Centro Histórico de Lajeado, André Jaeger, houve tentativas da prefeitura de municipalizar o prédio. Para isso, foi oferecida uma permuta, mas a negociação não teve sucesso. Para ele, o principal fator que impede a venda da construção é o alto valor.
“Nosso comitê já entrou em contato com o Ministério Público Federal para denunciar o abandono do prédio. Naquele tempo, os Correios limparam o terreno e ficou por isso”, lamenta. Sem certeza do destino do imóvel, não há propostas oficiais de novos projetos para o local, mas, para Jaeger, uma possibilidade seria tornar aquela a sede da Academia Literária do Vale do Taquari (Alivat) ou dos artesãos.
Referência arquitetônica
Para o engenheiro Claudio Roberto Bergesch, a construção não deve ser abandonada e nem destruída, pois se destaca, sobretudo, por ser um referência da arquitetura brasileira na década de 50 e não ter decoração aplicada, diferente de outros prédios históricos da cidade. “Se, por exemplo, com a compra da Acvat feita pela prefeitura, as obras de Vasco Prado saíssem de lá, o local ideal seria um museu, que poderia ser naquele prédio”, sugere.
Para ele, um espaço dedicado às artes seria o melhor futuro para o local. Tanto que, se esse fosse o destino e o valor não fosse na casa dos milhões, o engenheiro teria interesse em fazer parte de um grupo para comprar o prédio.
Diversas construções daquela altura do centro, próximas à Praça Matriz, não recebem a atenção que o engenheiro acredita que merecem. Para que o imóvel seja ocupado outra vez, Bergesch destaca a importância de uma avaliação da estrutura.
Os interessados em comprar o imóvel devem agendar visita de segunda à sexta, com pelo menos um dia de antecedência. Os contatos para agendar visitação no prédio são (51) 3740-6830 e (51) 3740-6831.
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