Com tinta e pincel, a fotógrafa Renata Lohmann deu cores a momentos históricos de Lajeado por meio da fotografia. Com o projeto “História de Lajeado em Cores”, ela resgatou lugares como as ruas Júlio de Castilhos e Borges de Medeiros, e coloriu cinco imagens do Acervo Histórico Municipal com a técnica da aquarela.
Faz cerca de dois anos que Renata coloriza fotografias em preto e branco, e a ideia de criar um projeto em aquarela já estava nos planos da fotógrafa. Assim, quando o edital da Lei Aldir Blanc foi lançado pela Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer de Lajeado (Secel) no ano passado, ela viu ali uma oportunidade de fazer um trabalho que unisse imagens com a história do município.
Os retratos foram encontrados no Acervo Histórico. “A escolha não foi feita a partir de um viés histórico, mas sim a partir das fotografias que eu achei bonitas ou esteticamente interessantes”, conta a artista.
Uma delas é de 1912, na rua Borges de Medeiros, perto da Igreja Matriz. Outras imagens são da década de 40.
“Eu achei muito material de alta qualidade no Acervo Histórico, porque na época veio ao município um interventor do governo Vargas para fazer a inauguração do Rio Forqueta. Então tem várias imagens da comitiva e desses homens que vieram pra cá”, conta Renata.
Nos registros, também é possível ver a mobilização da população, assim como prédios históricos e momentos importantes da cidade. Depois de escolhidas, as fotografias foram escaneadas e impressas no tamanho 60cm x 90cm. A colorização foi feita na casa de Renata e, entre a pintura, preparação da foto, secagem e acabamento, cada imagem levou cerca de oito horas para ser finalizada.
“O que eu acho mais interessante nesse processo é resgatar essas imagens históricas e poder trazer elas à vida com esse processo de colorir”, destaca a fotógrafa. Ela ainda ressalta que estas são imagens que só existem em preto e branco. Por meio do trabalho dela, no entanto, é possível imaginar como os registros eram em cores.
Este tipo de colorização também é feito de forma digital mas, para Renata, o gosto da transformação está em fazer o processo de forma manual. “Sinto que este é um trabalho feito a quatro mãos. Com o fotógrafo original que fez essa imagem e eu podendo me apropriar dessas fotografias a partir da minha visão e de como eu penso as cores”, acredita.
Acervo para a comunidade
O projeto foi exposto no II Festival Artístico Conexão Lajeado Cultural, no domingo, 10, junto de outros artistas também contemplados pela Lei Aldir Blanc. A ideia, agora, é fazer uma seleção maior de imagens, em parceria com a Casa de Cultura, além de uma nova exposição para que as imagens também sejam disponibilizadas no Acervo Histórico Municipal.
Para a fotógrafa, a imagem mais interessante do trabalho é a de uma caravana chegando à Borges de Medeiros, em frente à Casa de Cultura. No documento, é possível ver a comunidade, casas antigas que existem ainda hoje, além do local onde era o fórum, a Caixa Rural, hotéis e o Banco da Província.
“A cidade na época com bandeirolas. Acho essa imagem muito bonita e todo mundo que observou no dia da exposição ficou encantado, ainda mais por reconhecerem os lugares”, conta.
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