A administração municipal reúne documentos para que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) autorize reparos no Museu Costa e Silva. A casa onde o ex-presidente nasceu é cedida pelo órgão federal ao município para expor acervo histórico.
Uma infiltração no telhado compromete a conservação dos itens do museu, que estão encaixotados e envoltos por plástico. Para iniciar os reparos, o município deve provar que não irá alterar as características arquitetônicas do local. Também é necessária a comprovação, por meio de fotos e textos, da relevância histórica e importância do espaço.
Entre março e abril, dois arquitetos do Iphan visitaram o ponto para especificar as exigências da reforma. A documentação deve ser entregue até maio. A partir disso, o projeto é construído por técnicos da Secretaria de Planejamento de Taquari.
“Memórias encaixotadas”
A coordenadora de Cultura do município, Sabrina Pereira de Freitas, se preocupa com a conservação do museu. Apesar de acomodar o acervo em caixas e plástico, ela confere o estado dos itens de forma periódica.
“A nossa preocupação é ter o equipamento cultural aberto ao público para as pessoas saberem como iniciou o município. Várias memórias estão hoje encaixotadas”, avalia.
Quando aberta à visitação, a casa recebe excursões de estudantes de arquitetura, de turistas e de alunos de escolas. A residência abrigava a biblioteca municipal, que foi transferida. O museu faz parte da rota turística Taquari-Açoriana.
Telhas nas coxas
Após aprovada a reforma junto ao governo federal, o desafio será encontrar as mesmas telhas usadas na construção da casa, no século 19. De acordo com registros históricos, as coxas dos escravos eram usadas como molde para o objeto.
O modo de confecção dá aos itens características particulares. A telha é mais fina na parte que se aproximar do joelho da perna usada como molde e mais grossa na altura da coxa.
“Vou ter que ir em busca dessas telhas em locais que existiam casas dessa época, no município e na região”, afirma Sabrina.
História da casa
Boa parte da história do espaço foi documentada pelo escritor João Paulo da Fontoura. De acordo com a pesquisa, a casa foi edificada em torno de 1885, e herdada por Almerinda Rocha da Silva, mãe do ex-presidente Arthur Costa e Silva.
O general nasceu na residência assim como os outros dez irmãos, inclusive mais um militar renomado, Riograndino Costa e Silva. “A casa guarda muitos dos objetos pessoais do presidente, bem como dos seus pais e demais familiares”, fiz Fontoura.
O acervo conta com a cama do casal Alemrinda e Aleixo Rocha da Silva, o piano alemão da irmã do presidente, Sofia, além de diversos livros, fotos e documentos.
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