Nesta quarta-feira (6), o Partido dos Trabalhadores (PT) entrou com uma representação contra o deputado federal Junio Amaral (PL-MG) no Conselho de Ética da Câmara depois que ele publicou um vídeo, em que empunhava uma arma e afirmava que aguardava a “turma” do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegar em sua casa.
“Serão muito bem-vindos”, afirmou, enquanto ostentava a arma de fogo.
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A publicação do vídeo de Amaral veio na esteira da declaração que Lula deu durante evento na Central Única dos Trabalhadores (CUT), na segunda-feira (4). Na ocasião, o petista sugeriu que sindicalistas mapeassem o endereço dos parlamentares e fosse às suas residências para “incomodar a tranquilidade” dos políticos e os pressionar com as demandas sindicais.
“Se a gente mapeasse o endereço de cada deputado e fossem 50 pessoas até a casa dele, não é para xingar, mas para conversar com ele, conversar com a mulher dele, com o filho dele, incomodar a tranquilidade dele. Eu acho que surte muito mais efeito”, afirmou o petista.
Lula se encontra com diretoria da CUT para receber propostas dos trabalhadores https://t.co/PJkj1wGxTj
— Lula (@LulaOficial) April 4, 2022
O PT afirma na representação que a reação de Amaral foi “desproporcional, autoritária, odiosa, totalmente incompatível com o que se espera de um deputado federal” e pede a abertura de processo ético disciplinar no conselho por quebra de decoro parlamentar.
“O representado responde à fala do (ex-) presidente Lula fazendo expressa ameaça, consistente em receber, tanto o presidente, quanto eventuais cidadãos (manifestantes), com uma arma de fogo totalmente carregada, a indicar que poderia matá-los ou lesioná-los, de forma grave”, diz.
A representação petista atribuiu a Amaral os crimes de ameaça, incitação ao crime e apologia de crime ou criminoso. Enquanto isso, o PT afirma que a declaração de Lula foi democrática.
“Lula apenas reforçou os mecanismos democráticos de que podem dispor os trabalhadores e cidadãos brasileiros, na perspectiva de buscar, junto aos representantes populares — que devem prestar contas de suas ações a seus eleitores — um canal de diálogo mais próximo e que permita, sem intermediários, apresentar as variadas e necessárias demandas trabalhistas, sociais e políticas, muitas vezes deixadas de lado pelo parlamento”, diz.
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