Uma casa em frente à Praça do Papai Noel, no bairro Americano, chama a atenção de quem passa pela rua Duque de Caxias. Com coelhos, ovos e cenouras feitos de sucata, a professora aposentada Lilia Natália Ruwer, 73, enfeitou o pátio para esperar a Páscoa. O espaço também pode ser visitado pela comunidade e recebe as ornamentações todos os anos.
Lilia ficou conhecida na cidade por decorar com enfeites de Natal a Praça João Zart Sobrinho, que ficou conhecida como Praça do Papai Noel. Ela conta que o gosto por essas datas vem da infância.
Os pais tinham uma casa de comércio do município, e essas épocas eram sempre comemoradas em família. “O pai escondia os ninhos na árvore mais alta. A gente levantava cedinho para procurar. Não era grande coisa, mas aquilo trazia o sentido da Páscoa para nós”, recorda.
Uma das coisas que ela mais gosta depois de decorar a casa, é ver a reação das pessoas que passam por ali. Em espacial, dos adultos, porque ela acredita que a alegria traz, com ela, as lembranças da infância. “As crianças, hoje, já têm tudo, por isso não têm mais aquele olhar de curiosidade como era antigamente”, descreve.
Moradora de Lajeado há décadas, ela percebe que a Páscoa passou a ser celebrada de formas diferentes ao longo dos anos. Quando ela era criança, lembra que as famílias costumavam enfeitar as suas casas, e a cidade também recebia ornamentações. Hoje, a tradição perdeu forças e, por isso, ela acredita na importância de continuar a produzir enfeites.
Tudo é feito com reaproveitamento e reciclagem. Para a decoração deste ano, foram utilizadas cerca de 500 cascas de ovos. “Eu pintei tudo, e tinha umas que coloquei florzinhas junto. As coelhas são feitas de sucata. Os vestidos feitos de tecido de sombrinhas. Tem muita coisa legal”, destaca. Além da parte externa, a moradora também enfeitou o interior da casa dela. Mas os cômodos são frequentados apenas pelos mais próximos. As decorações ficaram expostas até o domingo de Páscoa.
