Todos os anos, milhares de competidores desafiam as areais do litoral norte na Travessia Torres-Tramandaí. São 82 quilômetros, que partem da praia de Torres e vão até a Barra do Imbé, em uma prova única, considerada das mais difíceis do país.
Os atletas podem competir nas modalidades solo, duplas, quartetos e octetos. Serão quatro largadas, que iniciam às 6h na modalidade solo, e terminam às 7h30min com os octetos. A corrida terá a duração máxima de 12 horas.
Karen Porto Bizarro, 44, irá participar da travessia pela segunda vez. Este ano irá correr em dupla, ao lado de Simone Peres, 41. Na primeira vez disputou em um octeto, percorrendo a distância de 16,3 quilômetros. “A prova é linda, a energia do dia é muito legal. É uma energia que só quem corre vai entender. É uma das melhores provas que já participei”, destaca Karen.
Ela abrirá o trajeto e percorrerá 22,24km. A troca será no terceiro ponto, quando Simone terá que percorrer 16,3km. A sequência da prova tem Karen (8km), Simone (12,06km), Karen (6,34km), Simone (8,16km) e Karen (8,3km), totalizando os 84km. “Estamos pensando em concluir a prova, queremos terminar ela de forma confortável. Se der para subir ao pódio, será uma grande conquista. Estamos bem preparadas para esse evento”, destaca Simone.
Prova exige estratégia
O lajeadense Gilberto Ferreira, 48, participará pela primeira vez da TTT. Decidiu participar na modalidade quarteto masculino, pois assim cada um do grupo consegue se sobressair, dando o seu melhor em cada trecho de acordo com suas particularidades. “É bom correr com amigos uma prova tão tradicional e com nível alto de dificuldade. Vamos tentar o pódio”, comenta.
Ferreira vai correr ao lado de Igor Bohn, Rafael Morbach e Daniel de Souza.
O atleta considera a prova diferente das demais de rua. São muitos critérios de dificuldade a serem observados, como o terreno e o fato de a areia ser mais pesada. “Você tem que optar por correr mais perto da água, onde é mais firme, para não te prejudicar afundando o pé na areia.”
Outros fatores de dificuldade na prova são o vento, calor e a mente. “O atleta precisa se manter concentrado, temos que controlar a ansiedade, se preocupar muito em manter-se bem hidratado para não perder rendimento”, salienta.
No caso da TTT, no formato quarteto, a organização para chegada nos pontos de troca tem que ser bem montada, pois o próximo atleta só pode iniciar com a passagem da pulseira, que é única para toda a equipe. Caso o atleta do trecho 1 chegar ao posto 2 e o próximo atleta, por motivos de trânsito ou qualquer outro motivo, não estiver ali, terá que ficar aguardando. “A prova exige muita estratégia.”