Pesquisa indica preferências para os legislativos

Eleições 2022

Pesquisa indica preferências para os legislativos

Análise pré-eleitoral do “Desperta, Vale do Taquari” mostra nomes mais lembrados pelos eleitores do Vale do Taquari para deputados estadual, federal e para o senado

Pesquisa indica preferências para os legislativos

Os primeiros números da pesquisa do Instituto Methodus para vagas na Assembleia Legislativa, Câmara dos Deputados e Senado, antecipa o desafio dos candidatos para conquistar a confiança dos eleitores e mostra que conseguir uma das vagas aos parlamentos será acirrada.

Dos resultados, indiferente de qual seja o cargo, o diretor de projetos do instituto, graduado em filosofia e pesquisador em comportamento político pela PUC/SP, José Carlos Sauer, realça que a maioria dos eleitores não sabem em quem votar.

Para a Assembleia Legislativa, se a eleição fosse hoje, mais de 83% dos votantes não saberiam em quem votar. O cientista político Fredi Camargo analisa a relação do eleitor com a definição dos nomes aos parlamentos.
De acordo com ele, as pessoas tendem a ser mais engajadas nas campanhas para os cargos Executivos, enquanto para deputados e senador deixam a escolha para a última hora.

“Infelizmente o eleitor não tem a dimensão da importância do cargo Legislativo, seja na representatividade ou mesmo na governabilidade”, avaliou.

Como há pouco estudo e apuração sobre o histórico dos candidatos e suas propostas, a escolha pelas cadeiras nos parlamentos fica relegada. “Via de regra, o eleitor vota de forma passional, por vezes relega o voto a uma sugestão de terceiro”, pontuou Camargo.

Encomendada pelo Grupo A Hora, o levantamento entrevistou 300 pessoas nos municípios de Lajeado, Estrela, Teutônia, Arroio do Meio, Encantado e Taquari, entre os dias 22 a 25 de março.

“A escolha para deputados é terceirizada”

A Hora – Quais as características do eleitor para a escolha das vagas nos parlamentos?
Fredi Camargo – Nosso eleitor deixa para escolher nos últimos dias. Primeiro por não ter conhecimento sobre a função dos deputados e dos senadores. Há sempre mais engajamento para as majoritárias, deixando a cargo do Executivo a função do “salvador da pátria”, como se a tarefa de resolver os problemas da população fosse só do presidente ou do governador.

Não temos um eleitor que estuda os candidatos e as propostas. Vai na indicação de outros. A escolha para deputados é terceirizada.

Em cima disso, o que chama a atenção desse eleitor?
Camargo – Há fatores mais pessoais e não ideológicos. Se trata de um candidato que fez me fez um favor, que é amigo da comunidade ou trouxe verba para o meu município.

É justo por isso que precisamos repensar o nosso processo eleitoral, com campanhas de conscientização, com mais esclarecimento das funções e da importância dos legislativos. Inclusive há políticos que se aproveitam deste desconhecimento para prometer projetos que não fazem parte das suas atribuições.

Sobre as estratégias dos políticos. Como a escolha das listas de candidatos pelos partidos conversa com esse eleitor?
Camargo – Temos três ou quatro vertentes de candidatos. Aquele que é profissional, que está há mais tempo na vida partidária, com uma base construída dentro das comunidades, onde há líderes locais e até assessores que trabalham por ele.

Com o advento do marketing político, que se fortaleceu em meados dos anos 90, houve uma nova corrente. Que são os candidatos de ocasião. Normalmente estão vinculados a um político em evidência, ou uma vertente ideológica. Também há aqueles do meio artístico, do futebol, da televisão, enfim.

Existe ainda os nomes ligados a correntes. A bancada da Bíblia, da Bala, dos Ruralistas. Estes nomes estão dentro de um nicho da sociedade. Também há os herdeiros eleitorais, com sobrenomes reconhecidos na política.

No Vale do Taquari, se desenha mais um pleito com bastante candidatos. De que maneira isso pode interferir?
Camargo – A região tem uma dificuldade que não é de hoje. Não há unificação, mesmo com esse multipartidarismo, as siglas municipais estão distantes, sem uma organização para apoiar um nome.

Um exemplo é a concessão das rodovias. Todo esse episódio mostrou a divisão regional e afastou esse diálogo também na política. Enquanto houver brigas internas na região e dentro dos partidos, há uma tendência dos partidos intermunicipais não se organizarem e a região perder força e ficar sem representante.


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