Qual motivo o fez escolher Estrela para viver?
Uma coisa que eu me apaixonei muito foi a colonização alemã. Eu gostei muito do povo daqui, do carisma. Até porque é uma cidade pequena e com muitos recursos, me encantou para viver com a família. A qualidade de vida que nos oferecia. A Univates era faculdade e estava se tornando universidade. Olhamos que a criançada ia ter um lugar para continuar os estudos por perto.
Como foi essa vinda ao Vale?
Eu sou de São Paulo. Na época, a Brasilata comprou uma empresa no segmento de aerossol. Como não tinha ninguém para montagem, eu vim trabalhar na parte técnica de montagem das máquinas. Me convidaram para continuar no grupo de funcionários. Eu era empresário em São Paulo, mas a minha região, de Campinas, estava em uma crise muito grande de violência. Primeiro eu vim sozinho, fiquei uns 40 dias e recebi a proposta para ficar. Conversei com a minha esposa e achamos bom recomeçar a vida por aqui.
Todos os vereadores foram favoráveis a lhe conceder o título de cidadão estrelense. Por quê?
É um conjunto de coisas. O que mais pesa é a respeito da contribuição ao município. Nós temos um trabalho com a igreja, em Estrela, desde 2000. Sempre tivemos uma boa relação com a administração pública, em termos de obras sociais. Desenvolvemos projetos com crianças, como a Brigada Militar Mirim, fazemos creche nas férias para os pais poderem trabalhar durante o recesso dos professores, campanhas de cestas básicas, campanha do agasalho, apoio ao hospital, à casa do menor. E também tem a questão religiosa, eu sou presidente e fundador da União dos Pastores Evangélicos do Vale do Taquari, UPEV. Sou presidente do Conselho dos Ministros Evangélicos do RS. Em todo o estado, a gente tem um alcance.
Por que esta nomenclatura: “apóstolo”?
Apóstolo significa enviado. Como fui enviado ao RS, cumpro essa função. Aqui no Sul, a sede da Comunidade Evangélica Cristo Vive é em Estrela. A matriz tem sede em Valinhos, próximo a Campinas. É uma igreja de 37 anos, que também surgiu de uma ramificação do Rio de Janeiro.
Desde os anos 1990, as igrejas evangélicas têm crescido muito e ocupado espaços como a mídia e a política. Qual a sua opinião sobre isso?
Eu acredito que a religião sempre caminhou junto com a política. Antigamente, a própria Igreja Católica tinha muita representatividade política. A família conservadora sempre frequentou a religião, seja católica, protestante ou espírita. O conservadorismo faz parte do cristianismo. A ascensão da Igreja Evangélica é uma busca de valores que a sociedade tinha perdido.