“A vida é feita de desafios e superação”

ABRE ASPAS

“A vida é feita de desafios e superação”

Diagnosticada com parkinson há cinco anos, Gladis Teresinha Delavald, 68, busca na técnica do tricô uma forma de manter a mobilidade e ajudar famílias em situação de vulnerabilidade. Integrante do grupo da maturidade ativa do Sesc Lajeado, é voluntária e responsável pela produção de roupas de lã infantil repassadas para entidades da região.

“A vida é feita de desafios e superação”

Qual foi sua reação com o diagnóstico da doença de parkinson?
Embora eu suspeitasse do diagnóstico por apresentar alguns sinais e, minha mãe teve esta doença, no momento que o médico confirmou, a primeira reação foi o choro. Precisei de um tempo para aceitar e entender a situação. Após este período, com o apoio da família, busquei alternativas para ocupar o corpo e a mente. Participar do grupo da maturidade ativa e das oficinas do Sesc fizeram eu não desistir e encontrar um novo propósito de vida.

Como é o voluntariado e qual o sentimento lhe proporciona?
É uma realização pessoal saber que o tricô ajuda no meu tratamento e também consigo auxiliar outras pessoas. Lembro que durante a enchente de 2020, em Lajeado, consegui entregar 36 peças de roupas para famílias que haviam perdido tudo. No ano passado, entregamos para a Apae de Santa Cruz do Sul. Eles fizeram a doação e material e retribuímos com toucas, sapatilhas, blusas e acolchoados de lã. Essa rotina intensa me faz esquecer da doença de parkinson e me deixa muito feliz. Por mais de dez anos tive uma floricultura, mas por conta das limitações físicas encerrei as atividades. Agora, surgiu esse trabalho que consigo conciliar bem no dia a dia.

Com quem aprendeu a técnica do tricô?
Meu pai faleceu quando eu tinha apenas 12 anos. Para ajudar a mãe na costura, a nossa fonte de renda, aprendi mais sobre o tricô e comecei a praticar. Ela exigia muita perfeição em cada peça e isso me fez ser cada vez mais detalhista. Quando ainda morava em Cruzeiro do Sul também trabalhei na fábrica de chocolates, o que também exigia precisão nos movimentos. Agora, faz mais de 30 anos que moramos em Lajeado. Neste meio tempo sempre tricotei. Entre uma novela e outra saiam novas peças de roupa.

Durante as restrições da pandemia, como fez para manter a integração no grupo do Sesc?
Tive que aprender a usar a tecnologia. Criamos um grupo no WhatsApp onde trocamos ideias, postamos fotos das atividades e organizamos nossas ações de voluntariado. Foi mais um momento de adaptação, afinal, a vida é feita de desafios e superação. Mesmo afastados de forma física, a mente permaneceu ativa e cheia de ideias.

Vocês contam com a ajuda de parceiros para confecção das peças de roupa em lã?
Sim. Sempre tem pessoas da comunidade e organizações que fazem doações de material. Nosso grupo auxilia em diferentes atividades, mas eu mesmo estou mais vinculada ao tricô. Todo fim de ano também organizamos uma ação entre amigos para arrecadar recursos e viabilizar a compra do material.


Acompanhe nossas redes sociais: Instagram / Facebook.

Acompanhe
nossas
redes sociais