O que despertou o interesse pelo “death metal”?
Foi algo que veio e se construiu desde criança. Minha família escutava rock e meu irmão mais velho tinha uma banda punk. Esse pulo do rock pro metal aconteceu na minha adolescência, quando conheci o pessoal que formou a banda. Com o ouvido acostumado com o peso, quando a galera me mostrou o metal extremo, foi demais. É um estilo de som vibrante, violento, sem dó. Hoje já não consigo ficar sem. Todo tipo de arte que eu consumo me impacta quando me faz sentir algo. E o metal faz isso, a gente sente o que a música diz sem nem precisar saber a letra.
Como foi o processo de aprendizado para cantar esse gênero musical?
Eu entrei na banda como baixista em 2001, mas somente em 2012 passei para o vocal. Nos primeiros anos observei e brinquei com o vocal gutural sem compromisso. Quando fiz a transição definitiva, foi uma questão de aperfeiçoar a técnica. Foi muita troca de ideia com vocalistas conhecidos, pesquisas na internet, e muito treino. Parece uma coisa de outro mundo, mas depois que aprende a técnica correta, vai tranquilo.
Qual a trajetória da banda Atropina?
A Atropina se formou em Teutônia em 1996, com a gurizada ainda no colégio. Em 1998 gravamos uma demo tape chamada “Louvar a Tudo por Nada”, e a partir daí começamos a excursionar com a banda. Em 2001 lançamos o primeiro álbum, que também saiu em Portugal. De 2008 até 2012 a banda ficou parada em função de compromissos dos integrantes. Afinal, não é fácil ter banda de metal no Brasil. Em 2012 voltamos com tudo, e desde então já lançamos três álbuns: “Mallevs Maleficarvm” , “Porões da Luxúrias” e “Prego em Carne Podre”. Esse último foi lançado em 2021, aqui e em Portugal, e lá foi eleito um dos 20 melhores álbuns de Death Metal do mundo inteiro, pela revista World of Metal.
Qual a sensação de voltar aos palcos?
Durante a pandemia participamos de alguns festivais em live, mas não é a mesma coisa que sentir o calor e a vibração da galera ao vivo. Devagar estamos começando a fazer alguns shows. Desde novembro já estivemos em Carlos Barbosa, São Leopoldo, Tubarão-SC, Blumenau-SC e Novo Hamburgo. Estamos com sangue nos olhos e queremos aproveitar ao máximo toda oportunidade que tivermos de tocar. Já temos datas confirmadas pra São Paulo e também na Argentina.
O Vale do Taquari gosta desse gênero musical?
A região tem um bom número de apreciadores do estilo e inúmeras bandas de renome dentro da cena como Harmony Fault, Imundo, Infecto, Skravus, entre outras. E pra facilitar ainda temos o Galeras Rock Bar que apoia essa cena e sempre abre as portas pra essas bandas se apresentarem.