O governo de Estrela protagonizou mais um imbróglio histórico. A suspensão do 1º Festival de Balonismo escancarou um ruído interno que já havia apresentado sinais de gravidade em outubro de 2021, quando a mesma administração municipal cancelou, na véspera da programação, a Feira Medieval que ocorreria no município. Ambos os eventos foram programados pela Secretaria da Cultura, Esporte e Lazer (Secel), e a segunda suspensão resultou, indiretamente, no pedido de exoneração da agora ex-secretária Carine Schwingel.
A desarmonia no governo estrelense merece uma análise mais aprofundada. O 1º Festival de Balonismo consta no Calendário de Eventos do município e foi amplamente divulgado nos veículos de comunicação regionais, junto com os shows nacionais. As primeiras notícias foram divulgadas no dia 24 de janeiro. E as informações foram levadas ao público com todos os detalhes, sem qualquer contraponto ou questionamentos por parte da administração municipal. Ou seja, e para o público geral, tudo estava dentro da normalidade.
Na matéria do dia 24 de janeiro constavam, por exemplo, os valores e a forma de comprar os ingressos (por meio do aplicativo Vamo). Além de Dilsinho e Ferrugem, foram anunciadas outras atrações, como o grupo Presença e a banda Maskavo, além de Night Glow dos balões, carreata e show de manobras radicais. O evento estava agendado para ocorrer entre os dias 10 e 20 de março, no Porto de Estrela. E tudo foi amplamente divulgado em diversas matérias pelo Vale do Taquari afora. Sem qualquer contraponto por parte do governo, reforço.
Pois bem. Na noite de sábado, dia 19 de fevereiro, o governo de Estrela lançou uma nota oficial às 22h para avisar que não compactuava com os shows nacionais. Vejam bem. A administração estrelense demorou 26 dias para questionar publicamente a programação geral do evento. Obviamente, já era tarde demais para quem comprou ingresso. E tarde demais para afirmar que “o setor jurídico está tomando as devidas providências para evitar que a divulgação do evento seja mantida”, conforme consta na confusa nota oficial.
Desta vez, o prefeito Elmar Schneider terá que explicar melhor este enigmático imbróglio público. Afinal, a confusão mal explicada pode afetar futuros eventos e amedrontar eventuais empreendedores do setor. E ninguém quer isso para a “nossa Estrela”.
Tensão aumenta
Um grupo de prefeitos da região alta do Vale do Taquari segue disposto a deixar a Amvat. A reunião de sexta-feira, em Anta Gorda, não foi tão tensa como muitos esperavam. E isso se deve ao fato do presidente da Amvat, Sandro Hermann (PP), ter assumido faz poucos dias a associação. Ou seja, a bronca não é necessariamente com ele, e por isso alguns prefeitos pegaram mais leve, digamos assim. Mas, o fato é: a indignação com o estado calamitoso da ERS-332 e a manutenção da praça de pedágio em Encantado estão entaladas na garganta dos gestores.