A briga, as concessões e a necessária união dos prefeitos

Opinião

Fernando Weiss

Fernando Weiss

Diretor editorial e de produtos

Coluna aborda política e cotidiano sob um olhar crítico e abrangente

A briga, as concessões e a necessária união dos prefeitos

O desentendimento entre prefeitos da Amvat, acentuada na última semana, mostra o tamanho da complexidade do plano de concessões de rodovias apresentado pelo governo gaúcho. Esperar unanimidade em torno de um projeto desses seria utopia.
Após duas semanas de troca de farpas na imprensa e nas redes sociais, chegou o momento dos prefeitos de todo o Vale do Taquari sentarem à mesma mesa e reatarem as relações e o diálogo. Se juntos já não temos tanta força, imaginemos separados. Claro que o G17 não pode sair da Amvat. E nem vai.

O chefe do Executivo de Estrela, Elmar Schneider, resolveu culpar a imprensa pela briga escancarada entre os prefeitos do G 17 com os gestores da parte baixa do Vale. Importante que fique claro: a imprensa, especialmente o Grupo A Hora, deu luz ao tema justamente para evitar o pior. Expôs o atrito e os pontos divergentes, sem jamais ignorar a importância e a relevância que a concessão das rodovias traz ao Vale do Taquari. A imprensa profissional não cria fatos. Os reproduz a partir do que ouve, vê e apura. E isso tem nome: jornalismo.

Agora, prefeitos de todos os lados precisam ter grandeza, maturidade e humildade para exercitar o diálogo e a empatia. Terão de deixar de lado vaidades e egos e fechar questão em torno de um projeto que seja minimamente bom para a maioria. O prefeito Schneider tem toda razão quando sentencia: “ficar de fora do pacote de concessões seria trágico diante da ineficiência da EGR e dos bilhões que serão investidos na infraestrutura regional”.

Conversamos com dezenas de prefeitos nos últimos dias. E todos são unânimes: precisamos tirar a EGR e conceder as rodovias à iniciativa privada. A divergência está no rateio das obras por região se comparado ao ônus de ter uma praça de pedágio. Encaminhar uma solução para a ERS-332 entre Encantado e Arvorezinha e avançar na estruturação do fundo regional a partir da arrecadação de ISS por cidade para subsidiar pedágio de quem mora nas redondezas elimina 90% das indiferenças atuais.

O que resta claro diante de tudo isso é que não podemos perder para nós mesmos. Nós contra nós é tiro no pé. Os 38 municípios que formam a Amvat precisam manter a coesão e a união e “brigar juntos” com o Estado para que o maior e mais qualificado número de obras e melhorias sejam incluídas no plano das concessões. E vamos combinar: a hora de fazer isso é agora.

“Cavalo encilhado só passa uma vez”

O presidente da CIC-VT, Ivandro Rosa, é certeiro quando fala sobre a importância do Vale resolver suas arestas e adotar o plano de concessões proposto pelo Estado. Claro, com as devidas e necessárias adaptações e inclusões que ainda precisam ser feitas. No entanto, cogitar a possibilidade de adiar a concessão das rodovias estaduais e ficar de fora do pacote de privatizações seria como deixar passar um cavalo encilhado. E eu concordo.


Inovação na prática

Quando ouvimos falar em inovação costumeiramente remetemos à tecnologia, inteligência artificial ou algo do gênero. Ledo engano. Sério apresenta neste fim de semana, em evento todo especial, uma grande inovação no agronegócio. Implantada no município em 2017, a cultura da pitaya já se consolida como fonte de renda para famílias, fomenta o turismo e ainda vira nome da cidade. E para coroar a aposta, a Terra da Pitaya apresenta o refrigerante à base da fruta exótica, desenvolvido em parceria com o parque tecnológico da Unisinos. Sério mostra ao Vale e ao Estado que é possível inovar com simplicidade. Mas sem deixar de pensar grande. O próximo passo é o espumante e o vinho à base da pitaya.


Por falar em inovação

Os exóticos andam em alta. Se em Sério, a pitaya é a bola da vez, em Vespasiano Corrêa a aposta é nos perus. A foto de capa da edição de hoje do jornal A Hora mostra o quanto a matriz econômica do agronegócio se diversifica e avança. E eu nem sabia que o Vale do Taquari criava peru para o exigente mercado europeu.


Legitimidade para concorrer à presidência

Eduardo Leite deu continuidade às reformas iniciadas por José Ivo Sartori e devolve aos gaúchos a esperança de acreditar e apostar no Estado outra vez. O governo gaúcho, com ajuda de repasses do governo federal, colocou as contas em dia, diminuiu o tamanho do estado (e precisa diminuir mais) e resgatou a capacidade de investimento.

Agora, Leite deve sair do PSDB para se lançar candidato à presidência da República pelo PSD. Pelo que fez no Rio Grande do Sul, pela sua capacidade de articulação e pela necessidade nacional de uma terceira via coesa, Eduardo Leite pode ser uma grande surpresa no embate eleitoral que está se formando.


Acompanhe nossas redes sociais: Instagram / Facebook.

Acompanhe
nossas
redes sociais