Lições que já deveríamos ter aprendido

Opinião

Fernando Weiss

Fernando Weiss

Diretor editorial e de produtos

Coluna aborda política e cotidiano sob um olhar crítico e abrangente

Lições que já deveríamos ter aprendido

Vale do Taquari

Seca e estiagem. Estiagem e seca. Entra ano e sai ano, convivemos com estes dois fenômenos. Faz décadas. Aliás, 1941 nos vem à memória toda vez que falamos em cheia. Com as secas não temos uma em específico que tenha marcado gerações, mas destaco a de 2006 como a mais rígida num passado nem tão distante.
O fato é que chegamos em 2022 despreparados para os dois fenômenos. A enchente do ano passado – a terceira maior da nossa história – ratificou nosso incrível desamparo. Agora, mais uma severa estiagem provoca prejuízos milionários no campo e coloca “água no chopp ou na espumante” de todos nós na noite da virada.

Solidarizarmo-nos aos produtores rurais e prestar todo apoio viável neste momento é o mínimo que temos por fazer. Ainda assim, é e será insuficiente.

Passou da hora de nos prepararmos, no sentido literal da palavra, para estes fenômenos. Instalação de sistemas de irrigação, construção de cisternas, de reservatórios deve ser pauta permanente e não só agora. O agro representa muito para a economia gaúcha e não pode continuar tão refém do tempo.

A mesma água que inunda as lavouras, as ruas e as cidades em outras épocas do ano poderia – desde que se guardada em reservatórios – aliviar a seca de agora. Para isso, são necessárias políticas públicas ousadas e inovadoras. Que adotem os mecanismos tecnológicos existentes para criar programas de subsídio e de suporte para que produtores rurais possam implantar projetos para mitigar o tamanho dos prejuízos.

O programa Irriga Mais, anunciado pelo governador Eduardo Leite faz três semanas, é uma amostra do que pode e deve ser feito. É um primeiro movimento, ainda que tardio para a seca de agora.

Estiagem e enchente. As décadas passaram e nos limitamos a medidas paliativas, deixando nas “mãos de Deus” o tamanho dos impactos e dos prejuízos decorrentes de cada fenômeno. As lavouras secas, os açudes, arroios e poços esvaziando nos pressionam para medidas mais estruturadas, sob pena de ano que vem chorar pela mesma coisa. É hora de aprendermos as lições que o tempo insiste em nos ensinar.


O tempo é o mesmo para todos

2021 passou voando. É a frase que mais ouço. Como será 2022? É a pergunta que mais se repete neste período do ano. Se pararmos para pensar, todo ano é a mesma coisa. Vira e mexe, falamos que o tempo passa rápido demais e gostaríamos ter bolinha de cristal – alguns até dizem que têm – para projetar o que vem por aí.
O tempo nunca foi maior nem menor. Os dias sempre tiveram 24h, as horas sempre foram de 60 minutos e os minutos sempre de 60 segundos. O detalhe está no que nós fizemos com o tempo.

Este período de reflexão e de olhar mais interno é bom para analisar exatamente isso: afinal, onde estou gastando ou investindo meu tempo? Ocupá-lo bem ou mal é uma escolha que nos cabe todos os dias. Abarrotados de estímulos e de informação – ou desinformação – vivemos alucinados e por muitas vezes dominados pelo ritmo que as telas ou as redes nos impõem.

Se você está encerrando 2021 em débito consigo mesmo, é bom repensar seu tempo. É provável que estejas gastando e não investindo. Investir não sob o aspecto econômico, mas investir em ti, na tua qualidade de vida, no teu bem estar, no teu desenvolvimento pessoal e profissional, na tua performance. Investir bem o tempo é também não fazer nada. E o nada não inclui navegar nas redes.

2022 vai ser ótimo, assim como foi 2021. Obrigado pela companhia neste espaço em todos os fins de semana. Que possamos ter saúde para fazer boas escolhas no ano que se aproxima.

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