O Fórum dos Coredes entrará com recurso até a segunda-feira (20) contra a Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão do RS para questionar o resultado da Consulta Popular.
De acordo com o presidente do Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat), Luciano Moresco, o resultado prévio, divulgado pelo governo estadual na quarta-feira, continha mais votos do que o anúncio oficial, publicado ontem.
“Nós vamos questionar isso. Não só nós, mas todos os Coredes do Estado estão com essa mesma dúvida”, afirma Moresco.
O prazo para recurso se encerraria neste sábado. Após o protesto dos líderes regionais, o Estado prorrogou o prazo para questionamentos até a noite de segunda-feira.
Ao Vale do Taquari, foram computados 2,6 mil votos. Na prévia da quarta-feira, constavam mais de 3 mil participações. Em Encantado, por exemplo, 572 pessoas haviam se engajado no meio de semana, mas no resultado oficial aparece a adesão de 163 cidadãos.
Votação virtual afasta população
Para Moresco, o sistema 100% digital utilizado para o processo de votação da Consulta Popular afastou as pessoas da participação.
“Tivemos uma série de problemas para materializar os votos, as pessoas não conseguiam concluir a votação”.
Com isso, o Estado ampliou o prazo de votação e promoveu reformulações na plataforma. “Muitos municípios do Vale conquistaram mais de 2% nas prévias e agora aparece essa votação pífia. Que se identifique os problemas, provavelmente, do aplicativo”, contesta Moresco.
Na visão do presidente do Codevat, a votação virtual é mais um fator de desinteresse da população pela Consulta Popular. Moresco relaciona a queda de adesão com a redução da verba disponibilizada às regiões e a perda de credibilidade nos pagamentos.
“Há 10 anos, o projeto do Vale recebia R$ 7 milhões. Em valores corrigidos, seria mais de R$ 12 milhões”, afirma. O projeto vencedor, neste ano, recebe R$ 942 mil.
O Estado disponibilizou neste ano R$ 50 milhões para a consulta popular. Desse montante, R$ 30 milhões foram destinados aos projetos em todas as regiões do RS e os outros R$ 20 milhões para pagar o passivo deixado por governos anteriores.