Inadimplência no comércio ultrapassa 25%

Pendências

Inadimplência no comércio ultrapassa 25%

Índice é o maior dos últimos 18 meses. Economista alerta para necessidade de planejamento

Inadimplência no comércio ultrapassa 25%
Dados foram obtidos junto ao SCPC e divulgados pela CDL na última sexta-feira. Arquivo/A Hora
Lajeado

Dados divulgados pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) apontam um aumento na inadimplência do comércio local. Conforme a entidade, 25,1% dos consumidores dos moradores estão com alguma restrição no Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC).

Isso significa que dos 60.811 CPF’s ativos, 15.263 possuem pendências. É o maior número dos últimos 18 meses. No âmbito do perfil, não houve alteração. Homens entre 30 e 34 anos e com dois salários mínimos são a maioria dos endividados (50,3%).

Estado

De acordo com o banco de dados da Boa Vista, os números do Rio Grande do Sul são semelhantes. 28,4% dos gaúchos estão devedores. A marca iguala o panorama de dezembro de 2020 e sublinha a tendência de acréscimo observada nos meses anteriores.

Se o público masculino é o que mais enfrenta problemas com as contas em Lajeado, a situação é distinta a nível estadual. Mulheres representam 51% dos inadimplentes, sendo que os principais números se concentram na faixa etária entre 25 e 29 anos, com renda de até dois salários mínimos.

Escalada

Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o indicador atingiu o maior nível desde setembro de 2020, com 26,1%. A situação impacta em torno de 12 milhões de pessoas.

O número representa uma elevação de 0,5 ponto percentual em relação a outubro e de 0,4 na comparação anual, sendo o maior nível para meses de novembro na série histórica da análise, iniciada em janeiro de 2010.

Orçamento reduzido

Na visão da economista e professora da Univates, Fernanda Sindelar, o cenário pode ser explicado por um conjunto de fatores. Uma parcela considerável dos consumidores gastou em excesso nos últimos anos, contratou créditos e recorreu ao cheque especial. Com a renda comprometida, não houve preparo para adversidades, como a pandemia.

Fernanda Sindelar , economista e professora da Univates. Crédito: Divulgação

Sindelar destaca que o maior desemprego,menores salários, desvalorização da moeda e a inflação cada vez maior – responsável por corroer o poder de compra – influenciam neste cenário. “Com orçamento reduzido, famílias buscam priorizar despesas consideradas indispensáveis como luz, água e alimentação. Desta forma, outras contas ficam em segundo plano e contribuem para a inadimplência ou endividamento”, analisa.

Diante da expectativa de manutenção na alta dos preços e algumas incertezas para os próximos meses, a economista sugere que as famílias evitem gastos supérfluos, façam um planejamento financeiro e tentem economizar, se possível. A principal dica é renegociar as dívidas e buscar um acordo.

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