A Acil de Lajeado foi palco da apresentação dos números do governador Eduardo Leite, nesta sexta-feira, dia 3. O chefe do Executivo gaúcho mostrou a que veio: preparado para o cargo, inteirado da situação do estado e ciente das responsabilidades e desafios da quarta maior economia do país.
As lamúrias e esquivas de governadores passados deram espaço para a tônica das reformas estruturais, como da previdência e do ajuste fiscal, privatizações e investimentos.
Depois de Antonio Britto, esta foi a primeira vez que presenciei um governador trazer otimismo e soluções pragmáticas, sem ser, demasiadamente, queixoso por causa do “estado quebrado” e da falta de apoio da Assembleia Legislativa.
Aliás, foi o contrário. Eduardo Leite mostrou dados, números, fatos e feitos. Reconheceu o apoio do parlamento e deu recado do que virá pela frente, sem “romance” nem promessas vazias. Faz gestão como poucas vezes alguém se atreveu no RS.
O sucesso se traduz pela capacidade de diálogo do mais jovem governador de apenas 36 anos. O tom é claro, sem ranços nem preconceitos contra o passado ou a quem o condena. O governador gaúcho abre perspectivas propositivas para tirar o estado do buraco. Só não enxerga quem não quer.
O Vale nesta convergência
Dois temas urgentes aproximam os líderes regionais do Governo Leite: a concessão das rodovias estaduais à iniciativa privada e os contratos da Corsan. O primeiro impõe um modelo de contrato bem amarrado para não repetir insucessos do passado como da Sulvias e EGR. Aliás, esta última, cobra pedágio há 9 anos e conseguiu entregar 7 quilômetros de asfalto. Uma tragédia, se comparado com o plano de concessões que prevê mais de 300 quilômetros em cinco anos.
O segundo tema adentra nos municípios. Implica em cada um construir um plano eficiente de obras e melhorias na área do saneamento básico, dentro do estabelecido pelo novo Marco Regulatório Nacional até 2030.
Com relação aos pedágios ou free flow (cobrança por trecho usado), os líderes regionais estão sintonizados com o governo. A outorga já caiu e resta estabelecer uma convergência no restante do contrato para garantirmos um modelo moderno e condizente com o desenvolvimento do Vale, sem ser apenas arrecadatório. E há unidade regional, como mostra a foto do colega Rodrigo Martini, na página 4, quando diferentes forças sentaram à mesma mesa com o governador.
No quesito Corsan, o tema de casa maior é dos prefeitos, indiferente do tamanho do município. Até porque a privatização da Corsan injetará nada menos do que R$ 12,5 bilhões nos próximos 11 anos para atender a exigência nacional. Os municípios mais ágeis e hábeis sentarão na janela e obterão os maiores e primeiros aportes de investimentos. Lajeado, por exemplo, tem menos de 3% do seu esgoto tratado. Urge uma proposta, cujo prazo se esgota para repactuar o contrato com a Corsan.
O que não foi dito
Eduardo Leite deixará um estado em novas condições. Não é à toa que novos investimentos de players privados, nos diferentes polos regionais, são constantes nos últimos meses. É a iniciativa privada retomando sua confiança no RS. Estamos criando um ambiente favorável para este cenário.
Ainda nem falamos da inovação. Uma teia virtuosa já paira sobre os formadores de opinião nas cidades mais antenadas. Lajeado é uma delas. E, quando estes movimentos permearem o tecido social nas periferias, então, o estado experimentará, de fato, um novo ciclo de transformação.
Liberdade do comércio
A semana foi de comemoração para os trabalhadores do comércio. Ainda que alguns poucos insistem na desinformação ou narrativa negativa, a liberdade do comércio funcionar aos domingos coloca um fim neste lamentável capítulo. A condição arcaica e incoerente se chocava com a busca de soluções para o desemprego.
O tempo será a voz da razão e, à medida que os trabalhadores perceberem o real efeito da nova lei, o discurso equivocado de uma minoria se esvairá no esquecimento.
Felizmente, a maioria dos vereadores foi sensível e conseguiu assimilar o avanço.
O que cabe ao sindicato: vigiar e assegurar os direitos e benefícios estabelecidos na legislação e nos acordos aos trabalhadores.
O Vale quer um deputado
Um movimento suprapartidário se ergue na região para eleger representação estadual e federal no ano que vem. O Vale se deu conta dos prejuízos da falta de um representante focado na Assembleia Legislativa e outro na Câmara dos Deputados.
No próximo dia 15, a Acil e CIC/VT iniciam um debate necessário em torno desta agenda vital para a região. O movimento inclui a imprensa regional.