Pirâmide etária do Vale e perspectivas populacionais

CÍNTIA AGOSTINI

Pirâmide etária do Vale e perspectivas populacionais

Pirâmide etária do Vale e perspectivas populacionais
Lajeado

Um comportamento que é recorrente no mundo, no Brasil, nos estados brasileiros e não é diverso em nossa região, é a ampliação da expectativa de vida e consequente ampliação da população acima de 65 anos. Em contrapartida, os dados confirmam a redução do número de nascimentos e queda do tamanho das famílias brasileiras. Esse fato é perceptível, mas precisa ser compreendido em sua complexidade.

Antes da pandemia, o IBGE havia divulgado estudo que indicava que a população brasileira chegaria ao seu número máximo em 2050, e no caso do RS esse número máximo seria atingido ainda em 2040. Ou seja, teríamos menos nascimentos e o número de falecimentos faria com que a população, a partir das décadas citadas, começasse a regredir.

Se observarmos os dados disponíveis no Departamento de Economia e Estatística do Estado do RS, nos anos 2000, 24,32% da população do Vale do Taquari eram de crianças até 14 anos de idade e agora, nos anos 2020, são 17,34% da população regional. Esse indicador é praticamente igual o do estado, sendo que este é levemente superior, 18,17%. No outro extremo, a população acima de 65 anos nos anos 2000 era 8,35% da população do Vale e 7,2% da população gaúcha e agora, nos anos de 2020, são 13,97% e 13,13%, respectivamente.

Se observarmos só o extremo de pessoas acima de 80 anos, o percentual de população nessa faixa etária era de 1,47% em 2000 e passou para 3,2% em 2020. Por fim, a população considerada economicamente ativa, de 15 a 64 anos, que nos anos 2000 era de 67,32%, passou a 68,70%.

Os dados apresentados levam em conta nascimentos, falecimentos, imigração e toda a dinâmica que envolve a população em sua respectiva faixa etária nos anos citados, tanto da região como do estado do RS. Demonstram claramente que estamos vivendo mais tempo, isso em decorrência da clara melhoria da qualidade de vida da população, no entanto, também demonstra que estamos tendo menos filhos.

Se somarmos a fatia da população abaixo de 15 anos e acima de 65 anos, são pouco mais de 31% da população do Vale do Taquari, em 2020, que dependem do contingente populacional economicamente ativo. Essa proporção é igual a média estadual, no entanto, temos que considerar que são menos crianças nascendo e aumento da população idosa. Só de crianças de 0 a 4 anos a redução é de 1,21% entre os anos de 2020 comparativamente ao ano de 2000. No total da faixa etária de até 14 anos de idade, a redução é de 3,53% ao longo dos 20 anos.

Fundamentalmente os dados e as questões levantadas indicam que os planejamentos públicos devem levar em conta essa dinâmica populacional, tanto na possibilidade de incremento da população economicamente ativa, como dos serviços públicos necessários para a população que necessita de atendimento prioritário, ou seja, as crianças e as pessoas acima de 65 anos. Em suma, as perspectivas populacionais serão aspecto fundamental nos planejamentos e ações públicas nos próximos períodos.

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