Definir uma posição do Vale do Taquari sobre o plano de concessão das rodovias estaduais. Esse é o propósito da reunião de hoje, no Salão da Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil).
O encontro está marcado às 16h, com a participação de agentes públicos, do Conselho Regional de Desenvolvimento (Codevat), de líderes empresariais das câmaras e associações setoriais produtivas. “Como ainda não tivemos uma resposta do Estado sobre como vai ficar o projeto para a nossa região, resolvemos ser pró-ativos e definir nossas prioridades”, diz o presidente da Câmara da Indústria e Comércio da região (CIC-VT), Ivandro Rosa.
A partir dos estudos sobre carências e necessidades feitos pelas associações comerciais dos municípios, há indicativos de obras, rotatórias, manutenções, para os trechos que serão concedidos. De acordo com Rosa, além das rodovias previstas no plano de pedágios (ERS-128, 129, 130 e 453), é preciso olhar para os trechos da região alta, nas ligações com municípios como Dois Lajeados e Arvorezinha, por exemplo. “Queremos que, no mínimo, haja recurso para a manutenção da ERS-332”, defende.
O coordenador do Grupo de Trabalho (GT) e vice-presidente de Infraestrutura da Acil, Ardêmio Heineck, realça a importância de antecipar a duplicação da ERS-130. Junto com isso, de incorporar a construção de um anel viário, sobre o Rio Taquari, entre Estrela e Cruzeiro do Sul.
A apresentação do Estado sobre o projeto dos pedágios no lote 2, integrante dos trechos do Vale, ainda não foi agendada. Conforme o secretário estadual de Parcerias Estratégicas, Leonardo Busatto, a perspectiva é marcar o encontro com os representantes locais nos próximos dias.
Unificar o discurso
O presidente da Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat) e prefeito de Santa Clara do Sul, Paulo Kohlrausch, destaca que a ideia do encontro é mostrar a unidade do Vale do Taquari ao Estado.
De acordo com ele, foram feitos debates individuais entre agentes públicos e representantes dos empresários. Agora, diz, é importante fortalecer as defesas locais em termos de prioridades nos investimentos antes da publicação do edital do leilão.
Seminário da Federasul
Na segunda-feira, a Federasul recebe o secretário Leonardo Busatto. Conforme o presidente da CIC-VT, Ivandro Rosa, todas as regiões gaúchas participam da programação. “Será um momento adequado para aprofundarmos os debates, em especial sobre o fim da outorga e a criação do depósito antecipado”, diz.
Nessa terça-feira, o governo do Estado apresentou a mudança nos critérios para escolha da empresa vencedora das concessões. Agora será a menor tarifa, com a necessidade de depósito em um fundo. A justificativa se sustenta em dar segurança financeira, reduzir a presença de empresas aventureiras e proporcionar os investimentos previstos no contrato.
Pelo modelo, a cada 1% de redução no preço da tarifa, a empresa deve garantir R$ 6,7 milhões de aporte para o fundo. Conforme o Estado, o valor será destinado a uma conta de aporte, para eventuais recomposições do equilíbrio econômico-financeiro do contrato.
As concessões fazem parte do Avançar RS. São mais de 1,1 mil quilômetros, com expectativa de aplicar R$ 10,4 bilhões em três décadas. As rodovias do Vale aparecem no lote dois, junto com estradas de Passo Fundo, Carazinho até Santa Cruz do Sul. Nestes trechos, seriam R$ 3,9 bi de investimentos.