“Acredito que todo mundo quer trabalhar com o que gosta”

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“Acredito que todo mundo quer trabalhar com o que gosta”

Nascido em Nova Petrópolis, mas morador de Capitão, Matheus Rauber, 27, começou a fazer facas artesanais. Antes disso, ele trabalhava com o sogro, em uma granja de aves. Agora, se dedica exclusivamente à arte da cutelaria.

“Acredito que todo mundo quer trabalhar com o que gosta”
Vale do Taquari

Quando e por que começou a fazer as facas?

Comecei no ano passado, em meados de maio. Comecei, pois eu sempre gostei de facas. Ganhei uma do avô da minha namorada, que hoje já é falecido. Achei ela muito bonita e quis saber mais sobre. Tinha uma marca em cima e fui pesquisar. Comecei a me aprofundar mais na história das facas gaúchas e comecei a ver vídeos de pessoas restaurando facas antigas e fazendo. Então, decidi fazer uma pra mim. Eu gosto muito disso. Quando eu comecei, era só um hobby. Acho que todo mundo sonha em trabalhar com o que gosta, se sentir bem trabalhando.

Como elas são montadas?

Tem várias maneiras de fazer uma faca. Existem as forjadas, onde esquentamos o aço, batemos e moldamos ele. Existem também facas que são feitas por desbaste, onde pegamos uma barra chata de metal, cortamos no formato da faca, fazemos fio, os tratamentos térmicos, o acabamento e colocamos um cabo, que é a maneira mais comum, usada hoje em dia.

De onde tem inspiração para a criação das facas? Elas são feitas sob encomenda?

Eu estou em muitos grupos, sigo muitas páginas nas redes sociais, de grandes cuteleiros, tanto estrangeiros, quanto nacionais. Vou olhando as peças que eles fazem e me inspirando. Às vezes vejo peças em filmes e séries também, além das peças históricas, que também servem de inspiração. Geralmente elas são feitas sob encomenda. Às vezes tenho algumas prontas, pois sei que alguém vai pedir de última hora. Por isso procuro manter algumas peças a pronta entrega. Mas a maioria é sob encomenda mesmo.

O que acha mais legal no trabalho de cutelaria?

Na minha área, da cutelaria artesanal, nenhuma faca fica igual a outra. Eu posso até tentar, fazer duas facas iguais, partindo do mesmo corte, exatamente o mesmo tamanho, mas alguma coisa vai ficar diferente sempre. Ou no cabo, ou em algum acabamento da lâmina, ou angulação de marca, qualquer coisa assim. Nunca vai ser a mesma peça, exatamente igual.

Onde pretende chegar com o teu trabalho?

Tem um programa na TV, chamado “Desafio sob Fogo”. Um dos meus objetivos é participar dele, representando o Brasil. Quando eu me sentir preparado, pretendo me inscrever. Mas só quando eu souber que poderei representar bem. Além disso, quero ser reconhecido como um bom cuteleiro. Não só no país, mas também no exterior. Estes são meus objetivos.

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