Em uma semana de calor acima da média e chuva aquém do previsto, segue a preocupação com possibilidade de seca e maior incidência de incêndios florestais. Nos últimos dias, os bombeiros militares atenderam pelo menos 30 ocorrências de fogo em vegetação. Esse número fica acima da média em anos anteriores.
A chuva de ontem com acumulados entre 5 e 15 milímetros recupera parte da umidade do solo, importante para a produção agrícola, mas não afasta o risco de estiagem. Além disso, a previsão de tempo seco nos próximos dez dias reacende o alerta sobre sinistros em áreas rurais.
Por conta do fenômeno La Niña, modelos meteorológicos preveem um verão de calor e chuva abaixo da média. Temperatura próxima ou acima de 40°C podem se repetir nos períodos seguintes. A marca de 39,4°C registrada em Lajeado na segunda-feira, 22, expõe um cenário de extremos cada vez mais frequente.
Conforme a MetSul, em 2019 e 2020 o fenômeno climático que causa o resfriamento do oceano Pacífico e impede o avanço de frentes frias, levou a perdas no milho e pode se repetir no fim deste ano. Para o mês de janeiro o cenário é de chuva na média, o que beneficiaria o ciclo da soja.
“O La Niña aumenta a probabilidade de pouca chuva no Sul do Brasil. Por isso, ao se instalar ainda durante a primavera, aumenta muito o risco de estiagem no verão”, avalia a meteorologista Estael Sias.
Diante destas projeções, bombeiros buscam a conscientização da comunidade a evitar situações que possam desencadear incêndios. O perfil seco da vegetação torna-se combustível para a rápida propagação das chamas.