“Ser bombeira é ter desafios constantes”

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“Ser bombeira é ter desafios constantes”

Há cinco anos, Vanderléia da Silva, 33, realizou um de seus maiores sonhos, no dia 16 de novembro, quando tornou-se bombeira do CBM-RS. Natural de Boqueirão do Leão, desde pequena pensou em exercer uma profissão em que pudesse ajudar as pessoas.

“Ser bombeira é ter desafios constantes”
Vale do Taquari

Quando e por que decidiu ser bombeira?

Desde criança tive vontade de ter uma profissão em que pudesse ajudar as pessoas. Pensava em cursar enfermagem. Tive muitos empregos. Os que mais me marcaram foram o de instrutora de vela no Projeto Navegar, em Estrela, e o de Conselheira Tutelar de Lajeado. Fui a conselheira mais jovem a assumir o posto, com 25 anos. Tive uma grande experiência de vida. Conheci muitas histórias, felizes e tristes. Foi quando decidi ser bombeira. Vi o concurso e comecei a estudar muito. Tinha certeza que eu iria passar. Tudo foi acontecendo. Às vezes são sonhos nossos e vontade de Deus. Claro, tudo de acordo com nosso merecimento. Acredito muito nisso.

Quais outras profissões já exerceu até se tornar bombeira?

Acredito que todas as minhas experiências profissionais me moldaram para ser o que sou. Quando saí do conselho tutelar, fiquei um tempo desempregada. Para tirar um extra, descascava moranga por diária, em uma fruteira. Admirava e me inspirava muito nas colegas que trabalhavam lá, pois com meus 20 e poucos anos, ia pra casa com dor nas pernas e as mãos cheias de bolhas. Sabia que isso era passageiro, mas para aquelas senhoras era o sustento de anos de suas famílias. Também trabalhei em um frigorífico, e saí somente quando fui chamada pra ingressar na corporação. Lá também, conheci muitas pessoas e amigas que tenho até hoje.

O que você mais gosta na profissão?

É saber que as pessoas confiam em nós. Quando acham que o problema não tem mais solução, ligam pra gente e conseguimos resolver. Isso é muito gratificante para qualquer bombeiro. Seja uma ocorrência simples ou mais complexa. Ser bombeiro, é ter desafios constantes, é muito dinâmico. Precisamos treinar e estudar constantemente, para quando formos atender, podermos passar segurança para as pessoas que estão em risco. Hoje também fazemos a parte de prevenção de incêndio, onde empresas encaminham o Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI). Trabalhei durante dois anos nesta parte técnica, que tanto quanto o socorro, exige muita calma, paciência, comprometimento e profissionalismo. Hoje, sou uma mulher 100% realizada. Faço o que amo. Gosto de levantar e saber que vou para o quartel trabalhar. Gosto da dinâmica do quartel, de poder ajudar quem está em risco e voltar para casa sabendo que fui responsável, junto com meus colegas, por ajudar pessoas.

Já sentiu algum tipo de discriminação por ser mulher?

Passei por uma história, mas depois nunca mais me calei para ninguém. Dentro do meio militar, foi a única vez que aconteceu. Meus colegas me respeitam e não julgam que meu trabalho será inferior ao deles. Também percebo um preconceito das próprias mulheres. Acho engraçado, mas sempre respondo sorrindo, como forma até mesmo de incentivar e mostrar que nós podemos fazer qualquer atividade, que não existe coisas de homens e de mulheres. Existem tarefas de gente empenhada e disposta a fazer.

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