As 17 cooperativas sediadas no Vale do Taquari contabilizam quase 400 mil associados. Número maior do que a própria população regional. Um dado que mostra a relevância do sistema cooperativista para o desenvolvimento econômico e social. E que, nas palavras do presidente do Sistema Ocergs/Sescoop-RS, Vergilio Frederico Perius, inspira o Estado.
Perius foi o convidado da reunião-almoço de ontem, promovida pela Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil). Sob olhares de presidentes, dirigentes e funcionários de diversas cooperativas do Vale, destacou como o sistema beneficia e transforma as comunidades onde elas atuam de forma efetiva.
Os números levados por Perius comprovam, na sua avaliação, o sucesso do modelo. Mesmo em meio à pandemia e crise econômica, houve crescimento em indicadores como a geração de postos de trabalho. “O cooperativismo gaúcho não desempregou ninguém em dois anos. São mais de 68 mil trabalhadores empregados hoje no Estado, quase 8 mil aqui no Vale”, afirma.
Outro fator destacado por Perius é as sobras orçamentárias. Em 2020, foram R$ 380 milhões redistribuídos aos associados no Vale, crescimento de 21% na comparação com 2019. “São recursos que permanecem aqui, e isso faz toda a diferença. Se temos um cooperativismo para olhar e se inspirar, é o do Vale do Taquari”, salienta.
O presidente da Ocergs ainda abordou temáticas como a inovação nas cooperativas, as origens do modelo, as cooperativas habitacionais e os investimentos da Sescoop para capacitar jovens que queiram permanecer nas comunidades rurais.
Parlamentarismo e voto distrital
Perius não se limitou a falar sobre o papel das cooperativas. Conectou o tema também com a política e foi enfático em seus posicionamentos. Ao final da apresentação, defendeu uma “Constituinte Autônoma Urgente, com questões como o voto distrital, o sistema parlamentarista e o fim da reeleição.
“O cooperativismo hoje é parlamentarista. Temos um grande colegiado que administra as cooperativas em conjunto. É um modelo de gestão que dá certo, e temos que pregar na política também, frisa.
A abordagem de Perius se relaciona com o próprio dilema da região, que não consegue eleger representantes aos parlamentos gaúcho e nacional. “O voto distrital valoriza a região. Desperdiçamos votos porque há candidatos fortes em todo o Estado, que derrubam as aspirações locais”, aponta.
