Aprendi primeiro por prazer e depois por necessidade exercer os deslocamentos diários através de longas e renovadas caminhadas.
Por prazer quando moleque costumava ir junto com o meu cuidador andando pelo interior, mais especificamente na localidade hoje chamada Baixo Canudos, município de Canudos do Vale.
Isso no final da década de 60 e início dos anos 70, acompanhando os serviços de lida com animais domésticos de porte que a família criava. Isso me divertia além de causar uma sensação de estar fazendo algo produtivo. Os trajetos eram realizados em estradas rudimentares e em campos, com gramados e morros irregulares. Cabeça arejada, contato com a natureza, diversão e exercício físico, nada melhor, ainda mais que estava sempre acompanhado dos meus dois cachorros de caça, “Valente e Alerta “. Mais tarde iniciando minha vida de estudante, por volta dos 7 anos, o deslocamento era da casa comercial em Bauer Eck, município de Forquetinha, até a escola 15 de Novembro, do professor Strassburger, aproximadamente três quilômetros de boa caminhada, com pinguela para atravessar no arroio Forquetinha, normalmente acompanhado do meu cachorro “Leão” ( um buldogue-campeiro de porte, manso, mas nem tanto). Já morando na São Pedro, 79, no Florestal em Lajeado, lá fui eu de novo a pé, nas minhas caminhadas até a escola Grupo Escolar Florestal. Este trajeto além de necessário para deslocamentos era cheio de “emoções”. Como falava poucas palavras em português (o alemão era o meu forte), dia sim e dia sim também, a confusão estava feita com meus colegas, onde o bullying resolvíamos no braço. Desde aquela época e até hoje, o meu “tamanho” me ajudava no embate ou se necessário na corrida. Nos anos 80 no meu primeiro trabalho profissional, lá fui eu caminhando pela Carlos Fett Filho até o Escritorio Kreutz, um bom trajeto diário. A segunda “assinatura” na carteira foi na hoje centenária ACIL – Associação Comercial Industrial de Lajeado. Todos os dias caminhando do Bairro Florestal até a Silva Jardim, sede da entidade.
Descia pela Benjamin e voltava pela Júlio de Castilhos. Sol ou chuva lá ia eu esticando as pernas e observando o movimento da cidade. Nunca gostei de andar de ônibus, sempre preferi caminhar. Talvez por isso um dos meus passatempos preferidos seja andar pelas ruas.
Além de movimentar o físico isso me faz bem, areja minha cabeça. Para mim, o ato de caminhar, observar a arquitetura dos prédios, as pessoas, os carros, os hábitos e as construções do local, é muito estimulante. Segundo avaliação do Doutor Nelson Spritzer, meu índice “visão” em PNL é bastante alto. Ou seja, caminho e fico com as “antenas” e a visão ativada.
Então, aonde quero chegar? Como ando por diversos lugares e ruas da cidade, especialmente as centrais, fico impressionado com muitos aspectos que encontro pelo caminho. A Júlio de Castilhos continua com seus pontos comerciais hiper valorizados. Muita gente indo e vindo criando oportunidades e complexidade na gestão urbana.
Enxergo a Júlio bem viva como sempre mas, em diversos pontos com muito por fazer, antes que seja tarde. Um olhar e ação remodeladora nesta importante artéria vejo necessário, os envolvidos que se mexam. O Florestal continua crescendo residencialmente, agora também de forma vertical e amplia cada vez mais suas oportunidades na área comercial e serviços. A Beira do Rio, ainda estamos de costas para o Taquari, porém em grande processo de mudança, com investimentos públicos e privados como a Havan ali pertinho, junto a BR-386. A rua do “valão”, Décio Martins Costa, no centro, a encontro diariamente e quem sabe possa se transformar em breve num lugar de lazer além de seu papel importante de fluxo de veículos e de pessoas.
Poderia falar de outros inúmeros lugares onde caminho, como Alto do Parque, Montanha, Moinhos e o São Cristóvão. Mas termino por aqui, deixando estas linhas para registrar meu carinho por esta cidade, seus lugares, suas ruas e pessoas por onde, prazerosamente caminho.
E vejam o destino, um cara que adora o movimento e o caminhar, desenvolve sua principal atividade profissional na indústria automobilística. Opa, agora na indústria da “mobilidade”. Vamos em frente nesta cidade de Lajeado, reconhecida como a “cidade em movimento.