“Precisamos largar  nosso complexo  de vira-lata”

Opinião

Fernando Weiss

Fernando Weiss

Diretor editorial e de produtos

Coluna aborda política e cotidiano sob um olhar crítico e abrangente

“Precisamos largar nosso complexo de vira-lata”

Lajeado

A expressão não é minha, mas assino embaixo. O Founder e CEO da BI Machine, Douglas Scheibler, repetiu esta frase duas vezes em uma semana, durante entrevistas na Rádio A Hora 102.9. Para ele, o ‘complexo de vira-lata’ nos limita em nível geográfico e barra nossa ambição em espectro nacional e mundial, especialmente no que diz respeito aos novos formatos de negócios. Douglas fala com propriedade. A BI Machine é a única empresa do Vale e uma das poucas do RS e do Brasil a participar do Web Sumitt, uma feira de inovação e tecnologia em Lisboa, Portugal. Lá, a Bi Machine prospecta clientes de toda a Europa.

Não é de hoje que este assunto vem à mesa. De fato, somos um Vale singular, com índice de desenvolvimento, características e virtudes acima da média. Ainda assim, pensamos pequeno muitas vezes. Largar o complexo de vira-lata significa pensar maior, se permitir atravessar as fronteiras impostas pelas águas do Taquari e ousar em levar nossos serviços, nossa inteligência e nossos produtos para mais longe. Afinal, o mundo está cheio de oportunidades, e se resumir às nossas fronteiras pode ser suicida.

Temos cases de grande sucesso. Nossas cooperativas e indústrias de produção de alimentos já exportam para centenas de países. Nossas construtoras, outra virtude especial do Vale, rompem fronteiras e ocupam mercado na Serra, na capital e até mesmo no Litoral gaúcho.

Romper paradigmas e alçar voos maiores faz parte do novo momento econômico e do mundo corporativo, voltado à inovação e à tecnologia. Adaptar os tão falados Mind Sets para não deixar dinheiro sobre as mesas. Somos protagonistas em diversos aspectos e chegou o momento de darmos mais um passo e pensar nosso ecossistema de negócios para além das fronteiras geográficas. As estratégias de nossos negócios e organizações (pequenas, médias ou grandes) já não podem levar em consideração, apenas, o Vale do Taquari. Isso pode fazer a diferença no ritmo de desenvolvimento e na ocupação de espaço relevante de nosso ecossistema de negócios estado afora.

Em tempo: “largar o complexo de vira lata” vale também, e muito, para as eleições do próximo ano. Existe consenso entre pré-candidatos, partidos e líderes regionais de que precisamos eleger deputado local. Resta conectar este desejo com a escolha dos eleitores, que nos últimos anos têm optado por candidatos de fora.

Portanto, o complexo de vira-lata nos acompanha em muita coisa, inclusive na política. Está na hora de mudarmos essa realidade.


Estrela Multifeira confirma expectativa

Os números oficiais serão publicados às 18h de domingo, quando a comissão organizadora anuncia o resultado da 7ª edição da Estrela Multifeira. Antes disso, já podemos concluir que o evento alcançou ou, senão, superou as expectativas. Não só pelo número de pessoas, mas também pelo volume de negócios realizados ou prospectados. O resultado da feira reforça dois acertos pontuais da organização: 1º) manter a feira em 2021, mesmo com as incertezas da pandemia. 2º) fazer o evento em dois finais de semana e mantendo os portões fechados de segunda a quinta-feira.

Feira ocorre às margens do Rio Taquari. Desafio da organização é integrar cada vez mais as atrações e exposições da Multifeira com o rio. Quem sabe, esta será a inovação mais eloquente para a próxima edição da Multifeira? (Foto: Frederico Sehn)


O VALE DAS ENTIDADES

Somos privilegiados por ter tido líderes à frente de seus tempos. O histórico da Acil, que completou 100 anos em outubro, mostra o quanto a instituição foi e continua determinante para as mobilizações regionais e o desenvolvimento local. Aliás, revista especial está sendo produzida pelo grupo A Hora sobre este centenário de sucesso e será publicada no próximo dia 23.

Hoje, é a vez da Amvat. Publicação especial encartada no A Hora sintetiza a história de 60 anos da Associação dos Municípios do Vale do Taquari. Mostra as principais conquistas e transformações do Vale desde 1961, quando a região era formada por apenas 9 cidades.

Temos dito e sustentado: as dezenas de entidades que se ergueram no Vale do Taquari fazem a diferença nessa região caracterizada pelo associativismo. Imaginemos se nossos antepassados não tivessem tido a perspicácia e ousadia de fundarem todas estas instituições que hoje completam décadas e mais décadas de atuação: Fundef 30 anos, Apae Lajeado 50 anos, Acil 100 anos, Saidan 68 anos, Slan 62 anos, Amvat 60 anos. Entre tantas outras. Somos realmente um Vale privilegiado.

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