Atendimento do plantão médico repercute na câmara de vereadores

Arroio do Meio

Atendimento do plantão médico repercute na câmara de vereadores

Parlamentares sugerem novas contratações. Secretaria da Saúde e hospital afirmam que não há médicos disponíveis

Atendimento do plantão médico repercute na câmara de vereadores
Na última sessão, uma das pautas foi o atendimento no plantão médico 24h do São José. (Foto: Divulgação)
Arroio do Meio

A suposta lentidão no atendimento do plantão médico do Hospital São José repercutiu na sessão da Câmara de Vereadores dessa quarta-feira, 3.

O assunto foi abordado pelo vereador Rodrigo Kreutz (MDB). “As pessoas estão insatisfeitas pela demora e qualidade de atendimento no plantão 24h do hospital São José”, manifestou o parlamentar, sugerindo a contratação de mais profissionais.

Sobre o mesmo tema, Paulo Heck, do mesmo partido, sugeriu a volta do sobreaviso para especialistas. O vereador Roque Haas (PP), da situação, apontou que se todos escutam queixas é porque há fundamento. “Se há reclamações é porque a “coisa” está a desejar. Falo baseado em informações que recebi.” Da bancada pedetista, Rogério dos Santos Nunes, enfermeiro, mencionou que o caso que envolveu uma criança com a clavícula fraturada foi ocasionada por um erro de fluxo. “Além disso, falta agilidade na triagem”, afirmou Rogério.

Marcelo Schneider (MDB) também se manifestou sobre o plantão do HSJ. Segundo ele, falta diálogo. “Que se reúnam todos os órgãos da saúde, o Conselho Municipal da Saúde, a secretaria da pasta, que sempre deu suporte, e busquem uma solução”.

O vereador César Kortz (MDB) relatou uma experiência pessoal. “Vivi na pele a questão de atendimento no plantão.” Contou que ficou por três horas na espera e acabou desistindo. Ressalta, no entanto, ter sido atendido pela secretária e triagem, mas a alta demanda na noite sobrecarregou o profissional em atendimento. “Sugiro que se contrate mais um clínico geral e o sobreaviso nas especialidades.”

Falta de médicos

A situação relatada em diversos municípios referente à falta de médicos, se reflete em Arroio do Meio. A preocupação é sentida tanto pelo Comitê Gestor do Hospital São José (HSJ), quanto pelo secretário municipal da Saúde, Gustavo Kasper.

“A situação da falta de profissionais médicos é regional e não representa falta de iniciativa do poder público ou do hospital. Justifica-se pela inexistência de profissionais no mercado”, reforça Kasper.

O HSJ reafirma que trabalha com a classificação de risco, esclarecendo que o serviço de urgência e de emergência deveriam atender as demandas do amarelo e vermelho, ou seja, casos mais graves.

Atualmente, a porta de entrada do HSJ encontra-se com uma demanda bastante elevada dos casos pouco urgentes ou não urgentes (verde e azul), causando uma sobrecarga de trabalho, tanto para a equipe médica quanto para a assistencial. Por vezes, o atendimento não se dá de imediato, pois há demandas mais urgentes em andamento.

Interação constante

O secretário Kasper informa que ocorreu uma reunião entre a Administração Municipal e o HSJ. Segundo ele, os gestores do hospital explicaram como se dá o atendimento do plantão, seguindo a classificação de risco. Kasper afirma que o plantão passa por períodos de menor movimento, mas há momentos em que a demanda se acentua. A entrada de pacientes que exigem ação imediata retarda, por vezes, a atenção médica aos demais.
“Estamos passando por um grande desafio. A comunidade pede mais plantonistas e um presencial pediátrico. Mas, no momento, é preciso manter o que temos – um médico de plantão 24h, um suporte para quando a demanda se acentua, sobreaviso em pediatria e plantão para a obstetrícia”, esclarece o secretário da Saúde.
Ele revela que, recentemente, dois médicos pediram o desligamento do plantão e há dificuldade de encontrar profissionais. “Não falta atitude, nem do poder público, nem do hospital”, reforça o secretário, salientando as constantes conversas, o mútuo trabalho e a compreensão da situação que se apresenta.
As cores na classificação
de risco
Assim que o paciente dá entrada, ele passa por uma classificação de risco, por intermédio das cores. O acordo com a Secretaria de Saúde é de que o paciente seja encaminhado pelas unidades de referência. O vermelho indica que há necessidade de atendimento imediato, portanto, é emergência; o amarelo aponta para a urgência do caso, necessita de atendimento o mais prontamente possível; verde indica pouco urgente e a cor azul não é urgente. Nesses casos, o paciente pode ser atendido na Atenção Básica, conforme pré-acordado com a secretaria municipal de Saúde.

Renovação

Nessa gestão, o Legislativo de Arroio do Meio tem apresentado uma característica diferente. Por várias vezes os titulares da Casa deram lugar aos suplentes. Na sessão de quarta-feira, assumiram Rogério dos Santos Nunes (PDT), que contabilizou 277 votos, cobrindo a licença de Nelson Paulo Backes, e Pedro Luiz da Silva (MDB), com 222 votos, assumindo a vaga de Maria Helena Matte.

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