“O conservadorismo é bem menor  na música eletrônica”

Abre Aspas

“O conservadorismo é bem menor na música eletrônica”

A transição das sonoridades orgânicas para um mundo mais eletrônico é a ideia por trás do projeto MeMachine, de Gabriel Meneghini Lermen, 27. Natural de Arroio do Meio e músico desde os 10 anos, se apaixonou pela cena eletrônica e há cerca de dois anos se aperfeiçoa na arte de ser DJ.

“O conservadorismo é bem menor  na música eletrônica”
Lajeado

Como surgiu o teu interesse pela música?

Sou músico desde os 10 anos. A música é muito forte na minha família, tive dois avôs que tocavam acordeon, e acabou sendo meu primeiro instrumento musical. Após isso aprendi violão, guitarra e canto, fazendo com que eu tivesse diversas bandas de rock alternativo. Quanto à música eletrônica, sempre tive interesse por bandas com sonoridades marcantes dos anos 80. Cerca de dez anos atrás, houve uma febre de música eletrônica no mundo inteiro devido ao sucesso da Tomorrowland. Houve um interesse muito forte em ser DJ e produtor musical já naquela época.

Como foi o processo de se tornar um produtor?

Em 2018 comecei a frequentar eventos de eletrônica pelo estado. O interesse voltou, e no início de 2019 me mudei para Porto Alegre para trabalhar. Na mesma semana me matriculei num curso de produção musical na Academia Internacional de Música Eletrônica. Decidi que só começaria a me apresentar como DJ quando estivesse com boas músicas e bom conhecimento do que queria apresentar. Foram dois anos dentro do estúdio e do autoaperfeiçoamento, casados com a pandemia, que me obrigaram a me dedicar mais ainda nessas atividades.

Por que do nome MeMachine?

O projeto partiu da ideia de uma transição tanto musical quanto de evolução pessoal. A minha transição de músico com sonoridades mais orgânicas para um mundo mais eletrônico, e a busca por uma linguagem musical que respondesse melhor ao mundo atual, caracteriza tanto o nome quanto o universo musical apresentado pelo projeto. Busca-se a inovação usando elementos e técnicas ligadas à música eletrônica (Machine), mas sem perder a essência de emocionar e conectar através de um lado mais humano do Eu (Me).

Como avalias o desenvolvimento da música eletrônica na região?

Acredito que nunca tivemos tantos artistas, e bons, na região. Você transita pelos bares e casas noturnas da cidade e percebe uma sofisticação nos sets dos DJS e vários artistas apresentando trabalho autoral, o que antes não era tão comum. Os jovens de maneira geral estão ouvindo muita música eletrônica, o que antes não era tão comum.

O que fez você se apaixonar por este estilo musical?

Desde que iniciei minha trajetória com a música, eu sempre busquei inovação nas sonoridades. Gosto das quebras de paradigmas em questão de música. A eletrônica faz isso o tempo inteiro. São gêneros, artistas e músicas novas surgindo o tempo inteiro, sempre trazendo as influências boas de outros gêneros clássicos. O conservadorismo musical é bem menor na música eletrônica.

Qual o momento mais especial que viveu na carreira até aqui?

Aconteceu muita coisa bonita para mim em 2021. Meu primeiro lançamento, “Polaris”, chegou ao top 100 de músicas eletrônicas mais vendidas do mundo no gênero dela. Algumas pessoas aqui na região me param na rua para parabenizar pelo meu trabalho. Mas, com certeza, o acontecimento mais bonito foi a minha apresentação no Amazon Club, 7º maior clube de música eletrônica do Brasil, em Chapecó. Foi a consagração de anos de muito trabalho e dedicação.

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