“A infraestrutura de transporte é base para o desenvolvimento”

Logística

“A infraestrutura de transporte é base para o desenvolvimento”

Coordenador de Obras Públicas do Ministério da Infraestrutura, Roger da Silva Pegas, aponta carências dos modais logísticos e defende parceria com setor privado para gestão de portos e ferrovias

“A infraestrutura de transporte é base para o desenvolvimento”
Melhoria das condições de transporte, com mais possibilidade para interligação multimodal é uma estratégia do governo federal, afirmou Roger Pegas. (Foto: Filipe Faleiro)
Lajeado

Na reunião-almoço que marcou os 100 anos da Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil) o assunto foi a condição de infraestrutura de transporte e logística da região. O tema foi abordado pelo coordenador de Obras Públicas do Ministério da Infraestrutura, Roger da Silva Pegas.

De acordo com o presidente da Acil, Cristian Bergesch, tratar sobre as rodovias, ferrovia, hidrovia e uso do porto de Estrela, acompanha as preocupações do setor produtivo e das estratégias para fortalecimento econômico regional.

“Tanto o traçado quanto a primeira duplicação da BR-386 passou pelos nossos debates ao longo desse centenário. A infraestrutura de transportes é um dos capitais de atuação da Acil”, ressalta. Em meio a concessão da rodovia federal para a iniciativa privada, Bergesch destaca o maior conforto e segurança para os condutores, além do desenvolvimento previsto na atração de negócios.

Ainda na temática pedágios e concessões, os representantes regionais também abordaram o plano apresentado pelo governo do Estado às ERSs 128, 129, 130 e 453. Para os líderes locais, é preciso agilizar a regulação da cobrança por quilômetro rodado (free flow) e antecipar a duplicação do trecho de Encantado até Cruzeiro do Sul. “Somos contra a imposição da outorga. Queremos o critério para escolha baseado no menor preço de tarifa.”

Outro destaque trazido por Bergesch diz respeito à construção de uma nova ponte ligando as cidades de Lajeado e Estrela. Assunto recorrente nas instituições de classe e que se fortaleceu após o acidente sobre o arroio Boa Vista em março deste ano.

Racionalização no transporte

A análise sobre os modais logísticos do país por parte do representante do Ministério da Infraestrutura aponta para carências. Para Roger da Silva Pegas, apenas o setor rodoviário pode ser considerado como mediano. Na navegação interna e ferrovias o quadro é de poucas alternativas.

De acordo com ele, há movimentos em termos federais para tentar equilibrar esse cenário.

Tais dificuldades passam por investimentos para desassorear rotas de hidrovias, revisão de contrato com concessionárias das ferrovias e parcerias público-privada para gestão de portos. “Já temos o diagnóstico, não é o setor público que deve administrar porto. Tem de ser com quem entende de negócios, de fazer as operações gerarem lucro”, afirma.

A grande necessidade em termos de uso dos complexos portuários está na previsibilidade, diz. “É o setor privado que consegue gerenciar essas necessidades. Pois o embarcador quer ter certeza que seus prazos serão atendidos.”

Na avaliação de Pegas, é necessário incentivar a multimodalidade. Com uso dos caminhões para menores distâncias e opções de locomotivas ou embarcações para trechos longos. “Não é racional que um caminhão de arroz saia de Camaquã e vá até o Piauí. Ter a união das diferentes modalidades de transporte representa economia, pois desonera o frete.”

A partir da união das diferentes formas de transporte, o integrante do Ministério da Infraestrutura ressalta haver condições para mudar o patamar de competitividade do país. “A infraestrutura de transporte é base para o desenvolvimento.”

Regulamentar o free flow

Antes da palestra, o representante federal teve uma reunião com integrantes da Câmara da Indústria e Comércio (CIC-VT), Acil e Associação dos Municípios para o Turismo (Amturvales). Cinco temáticas foram a tônica (confira abaixo).

De acordo com o vice-presidente de Relações Institucionais da Acil, Ardêmio Heineck, a regulamentação do free flow parte do segmento em que o coordenador de Obras Públicas tem relação. “Especificamos a particularidade da nossa região, dos centros urbanos e como a cobrança por quilômetro rodado poderia aumentar a arrecadação.”

A partir disso, os líderes regionais sugeriram um projeto piloto de free flow para o Vale do Taquari. “A resposta que tivemos foi positiva. Essa possibilidade será debatida em Brasília.”

Na avaliação de Pegas, uma das preocupações é quanto a inadimplência. “Temos 40% das pessoas que não pagam o IPVA. Por que pagariam por um pedágio administrativo?”, questiona.

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