Acordo sobre comércio aos domingos provoca impasse entre sindicatos

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Acordo sobre comércio aos domingos provoca impasse entre sindicatos

Presidente do Sindilojas entende que abertura de lojas está liberada antes mesmo de projeto ser votado. No Sindicomerciários, interpretação é de que a negociação só entra em vigor se matéria for aprovada na câmara

Acordo sobre comércio aos domingos provoca impasse entre sindicatos
Pela lei, comércio hoje só funciona aos domingos quando este antecede datas festivas. (Foto: Arquivo A Hora)
Lajeado

Um mês após ser assinado, o acordo para avanço do projeto de lei que possibilita abertura do comércio aos domingos e feriados em Lajeado já causa divergências entre os sindicatos que fecharam a negociação. O imbróglio ocorre porque há interpretações diferentes de presidentes das duas entidades.

O acordo garante uma indenização de R$ 60 ao trabalhador numa jornada de meio turno (quatro horas), além de uma folga a cada domingo trabalhado. Em tese, só entraria em vigor caso a emenda protocolada junto ao projeto de lei fosse aprovada. A modificação inclui o Sindicomerciários nas negociações para funcionamento das lojas.

A emenda, assim como o projeto, seguem em análise na câmara de vereadores. Só que, no entendimento do presidente do Sindicato do Comércio Varejista (Sindilojas), Francisco Weimer, os termos do acordo garantem a liberação imediata. “Dá a entender que está liberado mediante o pagamento dos R$ 60, mesmo se não votarem a lei”, comenta.

Segundo Weimer, o que é acordado entre os sindicatos, nestes casos, está acima do legislado. Isso o levou a ter esta interpretação. “Nós fechamos esse acordo antes do projeto de lei ser votado, e é isso que ele diz”, reforça.

Lei em vigor

Marco Rockenbach, presidente do Sindicomerciários, tem outro entendimento. Como a lei em vigor hoje só permite a abertura em seis domingos que antecedem datas comemorativas, como Natal e Dia das Mães, o acordo não se sobrepõe a essa regra. “O acordo não fala em horário livre. Não podemos negociar assim, pois infringiríamos a lei”, afirma.

Para Rockenbach, o acordo está fechado, mas permanece em “stand by” enquanto o projeto não é votado. “O próximo domingo em que o comércio poderá funcionar é o que antecede o Natal. Caso se aprove a lei, aí sim o acordo passa a valer em todos os domingos”, salienta.

O acordo foi fechado em reunião entre os dois sindicatos e vereadores da situação e oposição, antes da sessão do dia 28 de setembro, na própria câmara.

Dois meses em tramitação

O projeto de lei que possibilita a abertura do comércio aos domingos completou dois meses de tramitação semana passada. E segue sem perspectiva de ser votado. Em duas ocasiões, a matéria entrou na pauta na câmara, mas pedidos de adiamento protelaram a discussão.

Isidoro Fornari (PP), presidente da câmara, afirmou ontem à reportagem que o projeto não estaria na ordem do dia. A informação se confirmou horas depois, após a assessoria de imprensa da casa divulgar as matérias que seriam votadas.
O último adiamento gerou polêmica na câmara. Opositores alegaram interferência do Executivo para que a emenda apresentada pelos vereadores fosse derrubada. Já integrantes da base aliada temiam uma manobra de parlamentares contrários ao projeto para facilitar a rejeição em plenário.


Incerteza permanece

Oficialmente, a maior parte dos vereadores já se posicionaram sobre a abertura do comércio aos domingos. Contudo, não estão descartadas mudanças na votação, a depender das sugestões e modificações apresentadas. Cálculos apontam hoje empate, o que resultaria num voto de minerva de Fornari. Ele integra a base do governo Marcelo Caumo no Legislativo.

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