O que te motivou a fazer um intercâmbio e escolher Coimbra?
A ideia iniciou na minha família quando minha prima mais velha foi para Portugal. Em 2015 meu irmão mais velho veio pra Coimbra, e quando ele contava das experiências, dava pra sentir a emoção e a saudade, e eu queria sentir aquilo também. Quando me inscrevi para o intercâmbio, uma das opções era justamente essa tal de Coimbra, que eu tanto ouvia falar. Me apaixonei por aqui sem nunca ter colocado os pés pra fora do Brasil.
Como lidou com as aulas intercaladas no Brasil e em Portugal?
No início das aulas da Universidade de Coimbra, eu ainda estava no Brasil, por conta da pandemia e das fronteiras fechadas. Com o fuso horário, elas começavam às 5h da manhã, no Brasil. A minha ideia sempre foi ficar seis meses fora, então como eu vim em maio, planejei tudo para ficar até final de outubro. Por isso, comecei o semestre do Brasil, aqui, tudo remotamente. Minhas aulas começavam 23h30 e terminavam 2h30.
Como foram as viagens durante a pandemia?
No início ainda estava difícil. Tive que fazer testes para entrar em alguns países, mas quando fui vacinada foi bem mais tranquilo. Consegui viajar bastante pela Europa, ao todo deram nove países: Portugal, Espanha, Itália, Holanda, Bélgica, Áustria, Luxemburgo, França e Grécia. É difícil escolher o lugar mais marcante, mas Amsterdã me encantou muito, com as flores, a vida e a cultura. Além da arquitetura, que pra mim é sempre interessante.
Qual foi o momento mais marcante do intercâmbio?
Há mais ou menos oito anos, meus pais fizeram o Caminho de Santiago de Compostela. Nessa aventura, começou uma pequena tradição na nossa família. Em uma das vilas que eles passaram a noite, Pedrafira do Cebreiro, foram muito bem acolhidos e recebidos pelos moradores locais, e tiraram uma foto na frente da hospedagem e com a Dona Esperança, a dona do lugar. Quando meu irmão veio fazer intercâmbio, ele foi até lá, e tirou as mesmas fotos. Quando meus irmãos vieram também, eles seguiram os mesmos passos, então quando eu vim, não podia deixar de fazer o mesmo. E quando eu cheguei lá, parece que toda a emoção que eles sentiram eu senti também.
O que está levando desse intercâmbio?
Quando eu saí do Brasil, em maio, eu era uma Luiza totalmente diferente. Saí com medos, incertezas e receios, mas criando coragem para encarar tudo. Viver fora de casa e longe de todos que amamos é muito desafiador, mas é algo que aconselho a todos. A gente cria uma independência, aprende a lidar com os problemas e levar as coisas mais leves. Percebemos que somos capazes de fazer qualquer coisa nesse mundo. Eu volto pra casa com a bagagem cheia de experiências, aprendizados e amigos que vou levar pra vida toda.