Estado aplicará R$ 1,2 bilhão no setor mais negligenciado no RS nas últimas décadas.
A tão maltratada e quase sempre negligenciada educação gaúcha ganhará investimento substancial no Estado. Nas vésperas do Dia do Professor, comemorado no dia 15 de outubro, o governo estadual anuncia a aplicação de R$ 1,2 bilhão em várias frentes de ensino, desde obras estruturais nas escolas, preparação do corpo docente até a estruturação digital.
Já foi dito e escrito diversas vezes que a pandemia aumentou o abismo entre os alunos das escolas públicas e privadas. Não que isso seja determinante para o sucesso de um ou insucesso do outro. Ainda assim, as condições e o rol de oportunidades influenciam diretamente no desempenho geral.
As perdas no processo ensino-aprendizagem se deram em todos os níveis, mas está na rede estadual o maior reflexo perverso da pandemia e do tempo exagerado em que as escolas ficaram fechadas. Pasmem, nem todos os alunos da rede estadual estão de volta às aulas presenciais. Mas isso é outro assunto.
O investimento bilionário no programa Avançar na Educação é um alento para quem, assim como eu, acredita no poder transformador da educação. Faz anos que as discussões em torno do ensino estadual gaúcho se resumem a greves de professores brigando por melhores salários. Não que isso seja injusto ou desnecessário, mas é insuficiente. Muito insuficiente.
O programa apresentado pelo governador Eduardo Leite e a secretária da Educação, Raquel Teixeira, na última quinta-feira, acende uma luz no fim do túnel. Mostra uma secretaria ciente da precariedade do sistema e que está disposta a mudar este cenário a partir de investimentos bem direcionados. Se dará certo, só o tempo nos dirá. Mas é inegável que se trata de uma semente lançada em direção a um futuro melhor para a educação gaúcha.