O novo Plano Diretor de Lajeado completa, no próximo dia 26, um ano em vigor. O documento que regra o crescimento da cidade levou três anos para ser elaborado. E, agora, terá suas primeiras modificações. As alterações foram encaminhadas pelo governo municipal e aprovadas ontem pela câmara de vereadores.
Entre as principais modificações, estão mudanças no zoneamento de áreas no bairro São Cristóvão, nas proximidades da Univates, a inclusão de mais profissionais no Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e a dispensa do recuo de jardim em lotes às margens da rua Pedro Theobaldo Breitenbach (antiga ERS-421). Já a liberação de lotes padrão II somente em zonas Z3 foi derrubada.
São modificações que, na maior parte, conforme o secretário municipal de Planejamento, Urbanismo e Mobilidade, Giancarlo Bervian, vieram da comunidade. As mudanças no bairro São Cristóvão, por exemplo, chegaram através de solicitação da Associação de Moradores.
“Neste caso, é a mudança de um pequeno setor. Não fazia sentido mantê-la como Z3, sendo que nos arredores, é Z4”, salienta o secretário.
Em uma das áreas, que abrange as ruas Leopoldo Lampert, Irene Hilda Kreutz, João Norberto Heberle, Ludovino Fanton, Francisco de Oliveira e Ivone Maria Sbruzzi, será limitada a construção de prédios a, no máximo, 9 metros, além da impossibilidade de abertura de determinadas construções, como postos de combustíveis e comércio atacadista.
Já em outro trecho do bairro, próximo à Avenida Alberto Müller, uma parte que engloba a rua Sabiá deixa de ser Z5 a passa a ser Z4. Ou seja, terá menos restrições para construções e funcionamento de atividades, conforme Bervian.
Modificação derrubada
A mudança do zoneamento para loteamentos populares (lotes padrão II) gerou discussões no Legislativo. No ano passado, esta foi uma demanda da câmara quando o projeto de lei foi aprovado. Pela proposta original, esses loteamentos seriam permitidos apenas nas Z3, mas emenda protocolada na época abriu a possibilidade para construção todas as zonas.
O governo municipal tentou retomar a redação original do texto, mas não teve nem o apoio dos vereadores da base aliada. “Entendemos que o próprio mercado regula essa demanda. Se há pessoas que querem adquirir lotes com testadas de 10 metros, cabe ao mercado definir. E isso possibilita que fiquem mais acessíveis às pessoas”, pontua Alex Schmitt (PP).
Lorival Silveira (PP) também criticou a mudança. “Desde o início mostrei contrariedade a extinção destes lotes. Do jeito que está, contempla pessoas com maior dificuldade a adquirirem seus lotes”, frisa.