Qual foi a motivação de escolher esse tema para o TCC? Quando surgiu a ideia?
Eu tenho uma conexão com a fotografia desde que sou bem novinha, e quando comecei a trabalhar com ela, aos 16, eu conheci o design. Desde aquela época eu decidi que queria unir ambos. Além disso, sempre quis abraçar causas que ajudassem realidades diferentes da minha. A ideia surgiu em 2017 durante uma disciplina de projeto, com ajuda da professora Sílvia Dapper. Na época, pensamos apenas na impressão 3D de uma imagem, e eu incubei essa ideia para desenvolvê-la quando chegasse o TCC.
Qual foi o teu maior desafio?
Formar a ideia e entender como eu faria todas as etapas foi bem complexo. Eu estava entrando em áreas novas para mim. Eu não sabia como funcionava a impressão 3D, nunca tive contato com o braile e sabia pouco sobre o público-alvo. O trabalho em geral foi bem desafiador. A parte mais complexa foi a modelagem 3D da imagem. Além disso, as técnicas e softwares, eram totalmente diferentes do que aprendi durante a faculdade. Muitas coisas eu precisei pesquisar e descobrir sozinha.
E teu maior aprendizado nesse processo?
Eu sempre digo que o desenvolvimento da empatia e poder dar mais visibilidade à inclusão são os fatores principais. Mas esse trabalho também representa uma grande superação pessoal. Eu encontrei muitas dificuldades no caminho, tirar essa ideia do papel demandou uma metodologia a qual eu não estava habituada. Quando falamos de inclusão, esquecemos que tem coisas que são muito óbvias para nós, que estamos em uma posição de privilégio. Pra mim isso é muito importante, poder levar coisas significativas adiante. Se a fotografia tem tanta importância pra mim, eu quero que os outros entendam isso e se sintam tocados por ela, eu quero que todos tenham acesso às suas memórias. Não quero que a ausência de visão seja um empecilho. É sobre compreender que o mundo é cheio de realidades, histórias, vozes, e respeitá-las e também incluí-las.
O teu TCC está concorrendo a um prêmio. Pode me falar um pouco mais sobre isso?
No ano de 2020 eu praticamente me dediquei 100% para o desenvolvimento desse trabalho. Ter desenvolvido esse projeto foi uma forma de dar visibilidade a uma causa e o concurso é uma forma de ampliar ainda mais essa visibilidade. O Retrato Sensorial não é um produto com objetivo inicial de comercialização, mas sim uma peça de reflexão. Eu fico super feliz dele estar concorrendo a esse prêmio, e também de saber que por causa dele ele está sendo visto pelo Brasil todo.