Citado no processo que investiga supostas candidaturas fictícias do Partido Socialista Brasileiro (PSB) nas eleições de 2020, o vereador Adriano Rosa alega que jamais teve contato telefônico com Elisângela de Farias, conhecida como Nega. Na ação movida pelo Ministério Público Eleitoral, ela afirma ter recebido uma ligação do hoje parlamentar para se filiar à sigla, mas não havia sido tratado sobre encaminhamento de candidatura.
Posteriormente, recebeu um material de campanha e teria sido orientada, por ele, a queimá-lo. “Por que a Justiça não pede a quebra do sigilo telefônico?”, questiona Rosa.
Segundo ele, Nega vai precisar comprovar tudo que disse ao MP e judiciário. Rosa garante que o acesso judicial às ligações é fundamental para o caso ser esclarecido e mostrar a “mentira deslavada apresentada desde o fim do pleito”. “Nunca pedi para ela se filiar. Faltava uma mulher para preenchermos a cota de gênero e buscamos interessadas. Conversei com a Elisângela, que é minha cunhada, e fiz o convite durante uma conversa no depósito de reciclagem do meu irmão. A candidata deixou claro que gostaria de ter algum auxílio financeiro. Encaminhei-a para pessoas do partido, mas não fiz o registro. Essa foi a única vez que falamos”, argumenta.
Intenções
O parlamentar afirma que está tranquilo em relação ao processo e não teme perder a cadeira no Legislativo porque se concentra no seu mandato. Sobre Nega, sua convicção é de que a candidata foi pressionada de alguma forma a fazer as declarações por “alguém interessado em tirá-lo da disputa”.“O interesse dela era o dinheiro. Nem a família votou, pois apoiou outro postulante à câmara que também vive no Bairro Conservas. A candidata é próxima da irmã desse candidato. Além disso, recebeu o material de campanha a poucos dias da eleição e não teve tempo de fazer uma campanha adequada”, relata.
Caso a Justiça entenda que não é necessário quebrar o sigilo telefônico, Rosa deve postular um testemunho. O seu incômodo diz respeito ao fato de não ter sido ouvido, mesmo com as reiteradas menções ao seu nome. Ele compareceu à audiência ocorrida no fim de setembro, mas não foi convocado a se manifestar.
Leia mais sobre: Após um ano, Justiça ouve testemunhas e réus em processo