O conjunto diferenciado de animais da raça crioula foi uma das atrações do leilão virtual da cabanha Maufer, de Cruzeiro do Sul, em parceria com a Santa Angélica. O evento já é tradicional e, nas edições anteriores, ocorreu durante a final do Freio de Ouro na Expointer.
Este ano, 38 lotes foram à venda. Destes, 12 eram da Maufer, sendo nove éguas de cria, duas éguas domadas e um cavalo, com valor médio de R$ 27,1 mil por lote. O destaque absoluto ficou por conta da égua Alcalina 441, vencedora do Freio de Ouro 2010 e atual terceira maior média funcional entre as fêmeas.
A égua, de 17 anos, prenha do Imperador 1562 Maufer é considerada a mais importante já criada na cabanha de Fernando Weiand, em Cruzeiro do Sul. Ela foi vendida por R$ 205 mil, valor muito acima do preço médio dos demais animais.
De acordo com o leiloeiro Marcelo Silva, o comprador está iniciando a criação da raça e quer ter animais de ponta. “Por ter sido campeã no prêmio máximo da raça crioula, já garante uma boa valorização. São levados em conta também a genética, crias e títulos nas pistas”, destaca Silva.
“O mais importante é que se vendeu todos os animais que estavam sendo oferecidos, e esse é um comentário que venho fazendo com frequência, ou seja, a liquidez com que está o cavalo crioulo”, observa o diretor e leiloeiro da Trajano Silva Remates.
O valor obtido na comercialização da égua Alcalina vai além do preço médio em leilões da raça, mas é considerado dentro do padrão pela qualidade do animal. Em 2017, o cavalo Equador, criado pela cabanha Santa Edwiges, de São Lourenço do Sul (RS), foi arrematado por R$ 7 milhões, em 21 cotas, entre um condomínio de criadores. A maior venda na história da raça.
Cavalo crioulo
A raça crioula é uma das mais valorizadas da equinocultura e a preferida dos criadores gaúchos. Os animais ostentam características praticamente exclusivas dentre os demais equinos, com pelagem harmônica e equilibrada, predestinados para competições, porte imponente, fortes e dóceis.
O médico veterinário Ramon Corbelini está investindo na própria cabanha com foco em genética, desempenho e beleza. Os animais são destinados ao mercado das provas de laço. “É a principal raça no estado, possui grande predominância entre os criadores. São equinos de porte mediano, cavalos de sela”, comenta Corbelini.
Na Expointer deste ano, a cabanha obteve prêmio através do cavalo Don Gonçalo Melchor, que ficou com o título de Grande Campeão na Morfologia. O jovem exemplar, vindo da fila dos potrancos menores, superou os tradicionais competidores.
Conforme o médico veterinário, um cavalo bem cuidado, com a devida manutenção sanitária e um ambiente confortável, pode viver mais de 30 anos. Sobre o tempo de gestação, o período varia entre 330 a 345 dias.