O anúncio da exigência de passaporte vacinal completo para acessar estádios, boates e eventos diversos, bem como a flexibilização de protocolos nessas atividades, ecoa em Lajeado. Poder Público e empresários avaliam as alterações e projetam o futuro. O movimento do Piratini ocorre a partir da imunização contra a Covid-19, superior a 92% dos gaúchos com ao menos uma dose, e a estabilidade nos índices de contágio.
Segundo o procurador jurídico do município, Natanael dos Santos, o Executivo analisa o decreto, válido desde sexta-feira, 1°. Na próxima semana, deverá ser realizada uma reunião com o Comitê Gestor da pandemia para traçar as estratégias de fiscalização. Em seguida, os empresários serão chamados pela Administração para uma conversa.
No encontro, a intenção é de que as partes trabalhem juntas na definição das ações para o cumprimento das regras. “Buscaremos o acordo para que o processo ocorra com prudência. O município entende a necessidade da retomada. Toda a medida sempre estará atrelada ao panorama do coronavírus. Por isso, é fundamental a colaboração para seguirmos com as liberações”, concluiu Natanael. Um decreto será baixado após as reuniões.
Recepção positiva
Para o dono da Opium Club, Jeferson Ricardo, a iniciativa é uma forma dos setores trabalharem com mais segurança e simboliza um retorno à vida “praticamente normal”. “A exigência do comprovante vacinal é um incentivo para as pessoas se imunizarem. Um grande passo para todos, uma esperança de melhora nos meses seguintes e em 2022”, opinou Jeferson.
De acordo com o auxiliar de marketing da boate Sprits, Cássio Bonfandini, a expectativa é de que o retorno total, mantidos os indicadores da pandemia, possa ocorrer no fim do ano ou início de 2022. “Sem dúvidas, é um grande avanço e vamos nos adaptar. Afinal, o setor de eventos representa 13% do PIB nacional, gera 25 milhões de empregos e foi muito prejudicado”, concluiu.
O proprietário da MSommer Produções, Marcelo Sommer, celebrou a agenda lotada de eventos até dezembro. Em paralelo, considera fundamental o equilíbrio. “Temos de pensar na economia e na preservação da vida. Por isso, sou a favor de iniciativas que possibilitem essa equação”, esclarece. Na sua projeção, as atividades poderão normatizar na metade deste mês.
Orientações
Conforme o Estado, os eventos, jogos de futebol e shows impõem o passaporte devido ao alto risco de contaminação. Quem frequentar ou trabalhar neles terá de apresentá-lo, seja pelo aplicativo Conecte SUS ou da caderneta emitida pela Secretaria Estadual da Saúde (SES). Atividades como pistas de dança, festas infantis e eventos sociais com até 400 pessoas não vão precisar de autorização. A partir daí, os municípios terão de intervir, além de ordenarem a testagem em massa. Competições esportivas com 2,5 mil pessoas ou mais precisarão ter ocupação máxima de 30% nos locais e distanciamento de 1 metro.