Uma conhecida tem um caso de câncer de mama na família. A irmã passou pela cirurgia, radio e quimioterapias. Ela optou pelas próteses mamárias, mas o conteúdo foi rejeitado pelo corpo dela. O resultado foi uma série de complicações.
Com o histórico familiar, essa conhecida resolveu fazer o teste e descobriu ser positiva para o gene BRCA1, e teria grande risco de também desenvolver a doença. Nos seus 30 e poucos anos, já com uma filha, ela optou pela retirada das mamas como forma de prevenção.
Um câncer é muito duro para quem passa por ele, e é também duro para quem convive com um familiar ou amigo querido com a doença. Ele é igualmente duro quando nos faz escolher entre a possibilidade do diagnóstico e a perda de um dos maiores símbolos da nossa feminilidade. No lugar dela, a dúvida seria grande pra mim.
Antes da cirurgia, um grupo de amigas convidou essa conhecida para sair. Elas não estavam comemorando. Mas também não era um momento triste.
E, neste outubro rosa, quero falar justamente sobre isso, sobre o que ele vem significando ao longo do tempo para o universo feminino.
Mais do que um mês de conscientização sobre o câncer de mama, ele também criou uma rede de apoio. De mulher para mulher.
Salvo a família, são elas que cuidam umas das outras. Na hora da queda dos primeiros fios de cabelo, oferecem próteses capilares ou toucas feitas por elas mesmas. Durante o tratamento, estão lá para doar suplementos alimentares e até mesmo acompanhar nas consultas hospitalares. Muitas dessas mulheres também fazem parte de uma Liga Feminina de Combate ao Câncer que, mais do que ajudar o próximo, ajuda as próprias voluntárias.
Afinal, muitas delas já passaram por um câncer de mama, e querem retribuir o apoio que um dia receberam.
O trabalho, ainda que voluntário, é duro, e nem sempre a ajuda tem um final feliz. Mas as histórias são muito mais positivas e é nessa rede que elas encontram anjos da guarda e grandes amigas.
Boa leitura!