Inflação e aumento dos custos de vida

Opinião

Cíntia Agostini

Cíntia Agostini

Vice-presidente do Codevat

Assuntos e temas do cotidiano

Inflação e aumento dos custos de vida

Vale do Taquari

Inflação é o aumento dos preços de forma sistemática, ou seja, não se trata de um aumento de um item somente e por um curto período, e sim, o aumento dos preços de um conjunto de itens quem compõem as condições básicas da vida da sociedade.

O indicador mais utilizado pelos órgãos para medir a inflação é o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que mensura as categorias de alimentação e bebidas, educação, artigos de residência, vestuário, comunicação, transporte, habitação e saúde e cuidados pessoais. Esse e os demais indicadores que mensuram os aumentos de preços têm demonstrado aquilo que toda a sociedade têm percebido a medida que vai ao supermercado, que utiliza transporte pessoal ou público, que necessita comprar algo para si ou para seu negócio. Os preços dos alimentos aumentaram 35% no último ano; os veículos novos aumentaram 19,9%; os veículos usados 13% nos primeiros seis meses de 2021; a gasolina 32%; o gás de cozinha 24%; carnes em média 35%, entre tantos itens que aumentaram de preços e nós todos estamos sentindo os aumentos.

Possivelmente o nosso problema não seja a perspectiva que o IPCA chegue a 8% até o final do ano de 2021 e sim, que a nossa renda cresce de forma incompatível a esses aumentos de preços, isto é, se os preços médios aumentam 8% e a renda da população, recebida através dos salários ou suas rendas, não aumentarem na mesma proporção, há a perda de poder aquisitivo. Essas questões indicam que, com a renda mensal que temos, não compramos mais os mesmos itens que comprávamos anteriormente.

Quem viveu períodos anteriores conhece os receios vinculados à inflação ao longo do tempo, sabem dos problemas que essa questão causa na vida de todos nós e como isso reflete naquilo que conseguimos comprar. Também é fato que o movimento de aumento dos preços acontece no mundo, pois todos estamos tentando sair de um período de pandemia, retomar as produções e ainda estão faltando matérias primas, que sofremos com condições climáticas que interferem na produção de alimentos e de energia, que os preços do petróleo e nosso câmbio interferem no combustível e gás de cozinha que consumimos diariamente e esse é um efeito em cadeia e que possui muitas causas.

Da parte do Conselho de Política Monetária – COPOM, que conduz a política monetária, o mecanismo mais utilizado e que possui um efeito no curto prazo sobre a demanda, é o aumento da taxa de juros para diminuir ou restringir a circulação dos dinheiros na economia, mas esse mecanismo afeta a demanda pois força que os dinheiros fiquem mais caros, mas não resolve os problemas da indisponibilidade de matéria prima, do preço da energia, da oferta de matérias primas e outros itens que impactam nos preços daquilo que consumimos.

No entanto, isso não tem efeito sobre todos aspectos que interferem na inflação. Assim, há ima perspectiva internacional que interfere nos preços, há sim questões nacionais em diversas dimensões, prioritariamente econômicas e políticas, que interferem nos preços e muito do equilíbrio entre oferta e demanda, que possibilita uma redução da inflação, depende de aspectos que não conseguimos determinar, mas muito mais de aspectos que devemos determinar, com as chamadas políticas macroeconômicas, sejam estas fiscais, monetárias, de rendas e comerciais.

Enfim, o Brasil precisa se realinhar em suas políticas econômicas para minimizar o efeito dos aumentos dos preços na vida de cada um dos brasileiros.

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