Por que decidiu ir para a Austrália? Como lidou com a língua diferente?
Eu tinha a opção de ir para a Irlanda também, porém a Austrália é um dos países que permite que estrangeiros trabalhem, mesmo com visto de estudante. Então decidi vir pra cá. O clima também é parecido com o Brasil. Fiquei encantada também com a questão das paisagens, da natureza, que é muito linda. Por isso preferi escolher a Austrália. A língua foi um baque muito grande. Quando eu decidi vir pra cá, comecei a estudar inglês no Brasil. Fiz curso por dez meses, então já cheguei aqui com algum embasamento gramatical, mas tinha muita dificuldade na fala. Logo que cheguei, percebi uma melhora muito grande, pois o ouvido começa a se acostumar com a língua. A parte de estudo do intercâmbio é uma das melhores coisas, pois consegui conhecer muita gente.
Como está a pandemia na Austrália?
Estamos no auge da pandemia aqui. Mas os números não são nada comparados aos do Brasil. Estamos em lockdown agora, então as lojas e bares estão fechados, restaurantes estão fechados, funcionando apenas como delivery. Estamos com restrições bem grandes. Mas, se tudo der certo, mês que vem as coisas melhorarão.
A cultura e os hábitos dos australianos são parecidos com os dos brasileiros?
É tudo muito diferente. Me convidaram para um churrasco aqui e eu fui, pensando que seria igual ao que fazemos no Rio Grande do Sul. Cheguei lá e descobri que churrasco de australiano é salsicha e bifes de hambúrguer. Isso foi uma frustração. Os australianos também têm hábitos diurnos, acordam muito cedo e praticam atividade física. Eles aproveitam muito mais o dia. Os estabelecimentos fecham muito cedo aqui. Os bares e baladas aqui terminam cedo também, então tu vai mais cedo para a festa, diferente do Brasil. Outra questão é que aqui não pode consumir bebidas alcoólicas na rua. Na praia também não pode, pois é sujeito a multa. Acho que são as principais diferenças que eu percebi.
Como lida com a saudade da família e dos amigos? Pretende voltar a morar no Brasil?
A saudade é uma das piores coisas de morar no exterior. Eu sinto muita falta da minha família, dos meus sobrinhos, afilhados e dos meus amigos. A questão do fuso horário, que é de 13 horas de diferença, dificulta um pouco a questão de manter o contato. Mas hoje temos recursos digitais para mantermos a conexão. Eu vim pra cá sozinha, não tinha ninguém diretamente ligado a mim. Sobre voltar ao Brasil, é uma pergunta muito difícil de responder. Assim que as fronteiras abrirem, pretendo voltar para o Brasil para ver como me sinto. Mas se eu tiver oportunidade de ficar aqui, estando realizada profissionalmente, acho que gostaria de morar aqui. Mas hoje eu não sei o que faria.