Quando você decidiu se dedicar à alfabetização de crianças?
Na verdade eu não decidi, pois as coisas foram acontecendo em minha vida profissional. Trabalhei por muitos anos na educação infantil do Colégio Madre Bárbara, em Lajeado, e depois passei a integrar o grupo do primeiro ano do ensino fundamental na escola. São movimentos que aconteceram dentro da estrutura do Colégio. O Madre Bárbara me deu esta oportunidade de viver experiências ao lado de tantas crianças que me ensinaram muito.
Foram cerca de 25 anos atuando no Colégio Madre Bárbara. Como se sente por ter contribuído com o início da formação de tantas pessoas?
Fico imensamente feliz por ter tido essa contribuição. Convivi muito nesse universo da educação e nessa experiência eu percebi o quanto essas crianças mapeiam novas possibilidades. E trocar essas experiências com os pais foi uma grande responsabilidade. Acredito que elas merecem adultos competentes para estar ao lado delas. Temos responsabilidade de ser professores e pais do seu tempo e estar muito atentos à beleza do que diz essa criança contemporânea, essa criança deste século.
Como avalia o papel e a importância do seu trabalho para estas crianças?
São muitas ressonâncias, são muitos aprendizados por todos lugares por onde passei, as pessoas que convivi, as crianças vivas que habitam aqui dentro de mim. É uma troca. Ao alfabetizar crianças, também somos alfabetizados. Alfabetização é processo contínuo, vai muito além. É um processo que acontece a vida toda. É leitura de mundo, é compreender a vida. Crianças buscam sentido. Crianças investigam o mundo desde muito pequenas. Elas querem a verdade das coisas.
Você foi uma das educadoras homenageadas pelo Rotary Lajeado Engenho por sua dedicação à alfabetização. Como é ter o seu trabalho reconhecido desta forma?
Sou muito grata pela homenagem recebida. Essa minha trajetória foi linda e é nela que me reconheço. É uma honra ter este reconhecimento, mesmo sabendo o tanto que ainda tenho para aprender na docência.