O governo de Estrela e proprietários do prédio da estação rodoviária chegaram a um acordo para evitar o fim das operações. Parte da estrutura será alugada ao município e servirá de garagem, almoxarifado e ponto de apoio logístico à Secretaria de Saúde. O contrato de seis meses deve promover o equilíbrio financeiro necessário às operações do terminal.
A informação foi confirmada pelo empresário Nelson Noll, após reunião com equipe do governo, ontem pela manhã. Os detalhes por parte do município ainda não foram divulgados, mas há expectativa de que o prefeito Elmar Schneider faça o anúncio à comunidade ainda hoje.
Conforme Noll, o valor referente a locação de box e espaço interno ainda será avaliado por técnicos. O imóvel também pertence às famílias Noll e Goldmeyer, que detinham a concessão da rodoviária. A assinatura do contrato está prevista para amanhã.
Diante desse acordo, os quatro funcionários serão mantidos, bem como a venda de passagens, box dos ônibus e a estrutura de encomendas. A solução é temporária e garante a manutenção dos serviços por seis meses.
“Encontramos na locação de espaços ociosos uma forma de preservar a venda de passagens, embarque/desembarque de passageiros e o setor de encomendas”, afirma Noll. Ainda de acordo com o empresário, a administração municipal já estava em busca de um local para armazenar materiais durante a organização da Multifeira.
Mesmo com a rescisão do contrato de concessão junto ao Estado, os serviços da estação rodoviária serão mantidos no local. Conforme Noll, essa possibilidade está prevista junto ao Daer/RS até uma nova licitação ou decisão efetiva sobre o serviço no município.
Movimento nas rodoviárias
Ainda ontem pela manhã, Noll concedeu entrevista no programa Frente e Verso, da rádio A Hora 102.9, onde comentou sobre os desafios em manter a rodoviária de Estrela. A família administra o espaço desde 1951.
“A pandemia fez o movimento reduzir drasticamente nas estações rodoviárias e apenas postergamos algumas decisões. Chegamos ao ponto de acumular R$ 10 mil de prejuízo por mês, o que tornou inviável o negócio”, cita.
Além da redução do fluxo de passageiros, aponta ao aumento de encargos, definido nos processos de concessão como dificultadores da atividade. “No início do ano iniciamos uma tratativa com o município, que na época sinalizou com um subsídio através do Daer/RS, mas isso não aconteceu”, explica o empresário.
Noll, que também é presidente do Sindicato de Agências e Estações Rodoviárias (Saerrgs) e diretor do terminal em Lajeado, disse ter vendido bens pessoais para cobrir prejuízos nas operações. “Em Lajeado, no ano 2015 vendemos 39 mil passagens em um mês. Em 2020 chegamos a vender 5,5 mil passagens por mês, apenas”, afirma. Neste período, o prejuízo foi de R$ 205 mil.