Os serviços de venda de passagens, transporte de encomendas e informações ao público não serão mais prestados na rodoviária de Estrela a partir da próxima segunda-feira, 4 de outubro. A empresa Noll e Goldmeyer, responsável pela estação, rescindiu o contrato na tarde de ontem junto à Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do RS (Agergs).
Em agosto, dois funcionários pediram desligamento da empresa. A rodoviária opera com três vendedores de bilhetes e um servidor na limpeza. Conforme o diretor, Nelson Noll, os trabalhadores já não vão mais à estação a partir da próxima semana.
“O pessoal já entra de férias a partir de segunda. No fim do mês, queremos encerrar as atividades totalmente”, informa Noll. Para ele, uma das consequências do fechamento é a falta de local para informações sobre possíveis trocas de horários ou suspensão de viagens. “A estação era o ponto de referência”, acrescenta.
O governo de Estrela afirma que busca uma articulação para que a população não fique desassistida, mas nenhuma negociação foi definida. A venda de passagens é de responsabilidade do Departamento Autônomo de Estradas e Rodagens (Daer) que licita o serviço.
Linhas de ônibus
A expectativa é que o fechamento da rodoviária não vá impactar na oferta das linhas de ônibus ao usuário. Conforme o supervisor de tráfego da empresa Viasul, Diego Vedoy, os cinco itinerários entre Estrela e Venâncio Aires serão mantidos.
“Normalmente o Daer define um novo ponto de parada e venda dos bilhetes enquanto decorrerem os trâmites do edital de concessão”, avalia Vedoy. Situação similar ocorreu em Venâncio Aires. No ano passado, a Viasul assumiu em caráter temporário a gestão da unidade, até a definição de nova empresa.
De acordo com Vedoy, o movimento de passageiros reduziu nos últimos anos e enfrenta o pior momento com a pandemia. “No nosso caso, a oferta de horários em Estrela encolheu 40%. Está cada vez mais difícil manter os ônibus circulando”, cita.
Trâmite no Daer
O órgão afirma que um novo edital de concessão está em andamento, mas ainda depende de homologação na Agergs. Depois, o documento será encaminhado a Cental de Licitações (Celic).
“A previsão de lançamento será, no máximo, para o primeiro semestre de 2022. O embarque e desembarque, por enquanto, segue no mesmo local”, informa em nota.
Rodoviária de Lajeado
A estação de Lajeado também é administrada pela família Noll. Apesar do prejuízo no período da pandemia, o empreendimento será mantido. A expectativa é que a retomada ocorra a partir de 2023.
Uma das esperanças para a manutenção da rodoviária é o Programa Especial de Regularização Tributária (PERT). O projeto de lei aprovado pelo Senado Federal tramita na Câmara de Deputados.
O texto permite desconto de até 90% nos juros e multas de dívidas contraídas por empresas durante a pandemia, além da possibilidade de dividir os débitos tributários em até 144 vezes.
Outras estações no Vale
Em setembro, a rodoviária de Ilópolis fechou as portas e, nesta semana, a estação de Arvorezinha anunciou que encerrará as atividades. De acordo com o Sindicato de Agências e Estações Rodoviárias, no Vale, apenas Lajeado, Arroio do Meio, Encantado, Taquari e Muçum mantêm os estabelecimentos.
Outros municípios contam com postos de venda de bilhetes e embarque de passageiros. Algumas cidades utilizam outros locais como lotéricas e lanchonetes como local de comercialização de tíquetes.