A discussão pela volta do horário de verão ganha espaço nas entidades do setor comercial. O Sindicato dos Lojistas do Comércio do Vale do Taquari (Sindilojas VT) e Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), de Lajeado, sinalizam de forma favorável à mudança de horário, mas a posição oficial será divulgada na próxima semana.
Na avaliação do presidente do Sindilojas VT, Francisco Weimer dos Santos, o segmento de bares e restaurantes é um dos mais beneficiados com a alteração. “Para as lojas não interfere, mas deve contribuir nas vendas dos setores de alimentação e lazer. Terá uma maior circulação de pessoas para o happy hour”, avalia Weimer.
A diretoria da entidade se reúne na terça-feira, 5, e define se encaminha moção de apoio ao Sindilojas POA, umas das instituições que defende a volta do horário de verão. “Empresas ligadas ao setor elétrico também defendem esse retorno”, observa o presidente do Sindilojas VT.
Da mesma forma, a CDL Lajeado fará reunião com a diretoria na próxima semana. O assunto ainda não foi debatido internamente, mas a opinião do presidente Aquiles Mallmann, é favorável à mobilização e defende o hábito de adiantar o relógio em uma hora durante os meses de maior luminosidade natural.
“É uma medida interessante, ainda mais por trazer benefícios para nossa economia. Também defendo um horário diferenciado no comércio, um período maior de compras, mas isso é outro debate”, comenta Mallmann.
Apesar do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) considerar que o horário de verão não faz diferença na economia de energia elétrica, o retorno é solicitado por setores do comércio, turismo e alimentação. A estratégia é desenvolver o consumo e recuperar prejuízos financeiros causados pela pandemia.
Recuperação de negócios
Em entrevista ao programa Frente e Verso, da rádio A Hora 102.9, o presidente do Sindilojas POA, Paulo Kruse, destacou o pedido da classe comercial, diante do pedido da maioria dos lojistas. “Com horário estendido na época do verão, as pessoas ficam mais na rua e consomem mais, assim a economia movimenta mais. Há também redução do consumo de energia”, afirma.
Kruse comenta da mobilização favorável em todo o Brasil, por isso, tentam sensibilizar a comunidade para que reflita sobre o assunto. “O entendimento do sindicato é que os resultados projetados impactam positivamente no giro financeiro e na recuperação dos negócios”, aponta.
Impacto no sistema elétrico
Nota técnica do Ministério de Minas e Energia, emitida em 2019, concluiu que o horário de verão implicou no aumento da carga em 0,7%, devido a mudanças nos hábitos dos consumidores.
Os dados do governo, mostram ainda, que a redução da economia começou a ser questionada em 2017, quando registraram uma queda de consumo da ordem de 2.185 megawatts, equivalente a cerca de R$ 145 milhões. Em 2013, a economia havia sido de R$ 405 milhões, caindo para R$ 159,5 milhões em 2016.
Diante deste relatório, houve, na época, a extinção da mudança de horário por decreto do presidente Jair Bolsonaro. Agora, com as mobilizações a nível nacional, o governo federal pediu novos estudos sobre o impacto no consumo. Há também preocupação com a crise hídrica e o risco de apagão elétrico. A expectativa é que na próxima semana seja anunciada uma decisão.
