Pesquisa estima que 64% sofreram perda de renda na região dos Vales

Desigualdade

Pesquisa estima que 64% sofreram perda de renda na região dos Vales

Macrorregião apresentou alguns índices superiores aos números gerais

Pesquisa estima que 64% sofreram perda de renda na região dos Vales
Levantamento aponta que quase 30% dos moradores da região enfrentaram problemas para adquirir alimentos (Foto: Arquivo A Hora)

A Assembleia Legislativa divulgou os resultados da pesquisa “A influência da pandemia na desigualdade social” nos últimos dias. Encomendado pelo parlamento e com realização do Instituto Pesquisa de Opinião (IPO), o estudo integra o projeto “Rio Grande Pós-Pandemia” e aponta que 45% dos gaúchos estão vivendo com menos da metade da renda anterior ao advento da Covid-19. Em torno de 1,5 mil pessoas maiores de 16 anos responderam aos questionários entre os dias 28 de agosto e 3 de setembro. Conforme o presidente da AL, Gabriel Souza (MDB), o objetivo é compreender as desigualdades sociais vivenciadas pela população e as necessidades de leis que possam nortear o tema.

Esse levantamento dividiu o território em oito regiões intermediárias, sendo que Lajeado e Estrela, as duas cidades do Vale com entrevistados, foram incluídas na macrorregião de Santa Cruz do Sul. Em âmbito regional, 64,4% das famílias relataram que a renda foi impactada de alguma forma, com destaque para quem recebe até dois salários mínimos. O número é um pouco menor em relação à média estadual, que chegou a 68,6% na fase mais crítica das restrições. Foram levados em conta os seguintes graus de comprometimento financeiro: diminuição pequena (mas com maior parte da renda preservada), queda pela metade e superior a esse patamar.

Alimentação fraca e poucos benefícios

Em paralelo, a pesquisa destacou que 26,8% dos gaúchos necessitaram de algum tipo de suporte para a compra de alimentos, principalmente de familiares e amigos. A perda salarial e a alta da inflação foram os principais fatores apontados. Neste ponto, o caminho traçado na região foi inverso. Conforme os dados, esse tipo de dificuldade foi enfrentada por 29,8/% dos indivíduos. O índice ficou atrás somente de Passo Fundo (33,2%) e de Porto Alegre (31, 8%).

Por outro lado, o Vale é somente o penúltimo colocado no ranking de beneficiários dos programas sociais. Na região, 16,4% dos residentes tiveram direito a apoios como o auxílio Emergencial e o Bolsa-Família para amenizar os impactos da pandemia. No restante do Estado, essa média chegou a 20,9%. A diferença se dá pela desnecessidade ou pelo cidadão não ter obtido o acesso.

Para se chegar a esses números, foram levados em conta níveis distintos de vulnerabilidade social, como a “Estrutural” ( pessoas que recebem auxílio permanente), “Temporária Oficial” (quem teve acesso ao Auxílio Emergencial), “Temporária não oficial” ( não tiveram acesso ao auxílio e enfrentaram percalços para alimentarem-se) e “Não vulneráveis”. Cerca de 36,6% dos gaúchos vivenciaram algumas dessas situações nos últimos 18 meses.

Cobrança

Em torno de 88% dos gaúchos consideram que existe uma grande desigualdade social entre as pessoas. Dessa forma, há entendimento de que os deputados devem projetos capazes de diminuir as diferenças apontadas. “Além de compreender a situação da nossa população, a pesquisa serve de base para nós, parlamentares, nos engajarmos na missão de oferecermos uma melhor qualidade de vida a todos”, concluiu Souza.

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