Se eu soubesse fazer poesia, escreveria a minha homenagem dessa forma ao gigante Paulo Freire.
Sim, digo gigante, porque é um dos pensadores mais reconhecidos e citados no planeta.
Além de ter várias obras escritas, ele deixou um legado indiscutível para a educação e é doutor honoris causa em diversas universidades do mundo.
Paulo Freire nasceu em 19 de setembro de 1921, em Recife, e faleceu em 1997.
No dia de seu centenário, no último domingo, aconteceram várias manifestações de carinho em toda parte; até o Google lembrou dele, colocando sua imagem num doodle, tendo em vista a importância da data e do ilustre aniversariante.
Durante a ditadura civil-militar de 1964, assim como muitas pessoas naquela época, Paulo Freire foi exilado. Naqueles tempos sombrios, em que tantos direitos fundamentais foram violados e a democracia golpeada, Paulo Freire, com sua vida dedicada à educação, foi considerado perigoso para o sistema. No exílio, estando no Chile, escreveu a sua obra mais famosa: Pedagogia do Oprimido. Retornando ao país após a anistia, recebeu o prêmio de Educação para a Paz da UNESCO, em 1986, e é o Patrono da Educação Brasileira.
Sem dúvidas, ele merece uma ode.
Quando vejo a sua figura pintada no mural da Univates, sempre me emociono e, apesar de já ter tirado muitas foto ali, o desejo de fotografar sempre se renova. Aliás, a arte na entrada da universidade é um fato que deve ser aclamado pelo Vale do Taquari e motivo de muito orgulho.
Li Paulo Freire pela primeira vez quando fazia o Curso de Magistério. O que me despertou a vontade de ler foi a curiosidade de futura professora em conhecer como tinha funcionado um método para alfabetizar adultos. Desde então, minha admiração por ele só cresceu nas demais leituras que fiz ao longo da vida.
Assim, não consigo aceitar que alguém que não leu uma linha sobre a obra do educador possa fazer críticas. Pior do que isso, como pode um grupo de pessoas, no país em que ele nasceu, difamar a sua história, enquanto o mundo o aplaude? Como podem considerar, em pleno século 21, que Paulo Freire, com sua pedagogia amorosa, é um inimigo?
Mas, para essa turma que acredita em terra plana e outras fake news, tudo parece ser possível e justificável, até mesmo fazer discursos de ódio e atacar a dignidade de Freire. Aliás, destruir aquilo que não compreendem, que não estudaram, e atacar humanistas parece ser a sua cartilha.
Quisera eu saber compor versos para combater o ódio com poesia! Como não sei, termino este texto com um dos pensamentos de Paulo Freire:
“A educação é um ato de amor, por isso, um ato de coragem. Não pode temer o debate, a análise da realidade.”