Insegurança  no plano

Editorial

Insegurança no plano

Insegurança  no plano
Vale do Taquari

Preocupa a forma como o Plano Nacional de Imunizações avança no Brasil. Nesta semana, quando estados e municípios iniciavam a vacinação de menores de 18 anos contra a covid-19, com base em orientação do governo federal, o Ministério da Saúde emitiu nova instrução normativa para a suspensão das aplicações.

Diversos municípios brasileiros já haviam começado a imunizar esse público já na segunda-feira. No Vale do Taquari, cidades como Lajeado e Encantado deram início ontem a esta etapa da estratégia. Contudo, agora são orientados a cancelar o processo.

Para revisar a recomendação, a pasta citou, entre outros argumentos, o fato de que os benefícios da vacinação em adolescentes sem comorbidades ainda não estão claramente definidos e que a Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomenda imunização desses adolescentes.

Segundo o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, foram identificados 1,5 mil eventos adversos em menores imunizados. Mas por que o mesmo ministério havia anunciado o dia 15 como data oficial para que a vacinação avançasse para este grupo?

O ministro reclamou que, a despeito da orientação anterior para que a imunização desse público tivesse início no dia 15, já foram vacinados 3,5 milhões de adolescentes por autoridades locais de saúde.

Ele acrescentou que houve diversos casos de prefeituras que aplicaram vacinas não autorizadas pela Anvisa. A agência só permitiu o uso da Pfizer/BioNTech para adolescentes de 12 a 17 anos. Nos registros do Ministério da Saúde, entretanto, dados enviados pelos estados mostram este público foi imunizado com outras vacinas.

É claro que a sobreposição de determinações gera confusão e críticas. Mais do que isso, causa desconfiança na sociedade, que se sente insegura para buscar o imunizante.

Percebe-se que a atmosfera criada pela falta de diálogo entre poderes e entes federados provoca instabilidade no país. Graças ao avanço do plano de imunização, o Brasil já se depara com uma situação melhor controlada da pandemia. O mínimo de harmonia e integração entre os órgãos públicos é necessário para a superação da maior crise sanitária das últimas décadas

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