A elaboração de falsos laudos para obter indenização da companhia de energia elétrica é investigada pela Polícia Civil. O golpe teria lesado a concessionária RGE em cerca de R$ 1 milhão. A denúncia partiu da empresa ao perceber inconsistências nos pedidos de ressarcimentos.
Seis assistências técnicas de propriedade do mesmo grupo familiar e pelo menos 20 clientes da concessionária são investigados. A suspeita é que o líder do grupo resida em Gramado Xavier, município distante 20 quilômetros de Boqueirão do Leão.
De acordo com a polícia, os suspeitos simulavam danos em eletrônicos e eletrodomésticos, atestando perdas por oscilação ou sobrecarga na rede elétrica. A investigação, no entanto, aponta para o uso de laudos fraudulentos e produtos considerados sucatas ou danificados em outras circunstâncias.
O inquérito instaurado pela Delegacia Crimes contra o Patrimônio de Serviços Delegados (DRCP) do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC) teve ontem pela manhã um primeiro desfecho. Agentes apreenderam documentos e computadores em seis cidades da região dos vales do Taquari e Rio Pardo.
Um técnico em eletrônica de Boqueirão do Leão é investigado por envolvimento na fraude. Na residência do suspeito foram apreendidos orçamentos, laudos e carimbos. A operação ocorreu também em Gramado Xavier, Herveiras, Sinimbu, Santa Cruz do Sul e Vale do Sol.
Conforme o inspetor de polícia, Leandro de Bastos, o nome dos investigados não será divulgado. As investigações prosseguem e pode haver um número maior de clientes envolvidos. Na ação dessa quarta-feira não houve prisões.
Reembolso
Conforme resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) o consumidor pode solicitar o ressarcimento em caso de danos em equipamentos elétricos, quando comprovado a origem do problema na rede da concessionária.
Feito o pedido, a empresa tem até dez dias corridos para verificar o equipamento danificado. A verificação pode ser feita no local em que o equipamento foi danificado, em uma assistência técnica ou na distribuidora, quando ela mesma retira o equipamento para análise.
Este prazo cai para um dia caso o aparelho danificado for utilizado para conservar alimentos perecíveis ou medicamentos, como geladeira. A concessionária também deverá indenizar perdas de alimentos ou medicamentos estragados por falta de refrigeração.
